Não adianta bater pé!
Por: H. James Kutscka.
Transcorria o ano de 1952, eu tinha cinco anos e morava em
Marcelino Ramos, cidade onde nasci e onde meu pai exercia o cargo de gerente da
agência local do Banrisul, função que acumulava com a de presidente do Rotary Club
local e Juiz de paz, além de esporadicamente lecionar português quando faltava
professor na escola local, mas tudo isso não chegava nem perto de seu amor pela
música, o cinema, o teatro e o ballet.
Assim foi que: como nos contos de fadas, uma bela noite,
treze anos após sua estreia nos USA, ele e minha mãe, vestidos como para uma
noite de gala, me levaram para assistir a uma cópia em dezesseis milímetros do
filme “O Magico de Oz” (estreia longamente
aguardada), no cinema local de propriedade de um alemão apaixonado pela
invenção de Lumiére.
A sala de cinema (se é que poderíamos chamá-la assim),
deveria medir uns dez metros de comprimento por uns seis de largura.
Cadeiras rudimentares de madeira com assentos e espaldas de
palha trançada, eram mantidas organizadas em fileiras de oito, por duas ripas
pregadas a seus pés e na altura dos assentos.
Não era a primeira vez que eu ia a essa sala e que assistia
a filmes normalmente mudos do Gordo e o Magro, Chaplin, Buster Keaton, Harold Lloyd
e dos Keystone Kops (revividos sem tanta graça em versão sonora e
colorida nas inúmeras sequências da “ Loucademia de Polícia” nos anos oitenta).
O filme era sonoro e uma surpresa a mais era prometida aos
espectadores no cartaz exposto na porta da sala de projeção, e assim foi:
depois de Judy Garland ter sido apanhada pelo furacão em “cinquenta tons de
cinza” (que era o normal da época) e levada junto com sua casa e seu
cachorrinho no turbilhão para a terra de Oz, a magia aconteceu: de repente a
sala toda se iluminou de cores com a imagem surpreendente da estrada de tijolos
amarelos do reino de Oz, onde Dorothy pronuncia surpresa as icônicas palavras
se dirigindo a Toto: “Your not in Kansas anymore” (você não está mais no
Kansas).
Um Oh! de puro espanto ecoou na pequena sala.
Creio que nesse instante, ninguém mais naquela pequena
caixa interdimensional se encontrava ainda em Marcelino Ramos.
Estávamos todos em Oz!
Esse momento mágico de minha infância, assistido do colo de
meu pai (do contrário o único que teria visto seriam as costas do indivíduo da
cadeira da frente) me acompanha até hoje, mas não está sozinho em meu cérebro, alguns
minutos depois uma queda de energia fez a imagem quase se apagar por
intermináveis segundos, em que no escuro da sala os espectadores menos
pacientes, começaram a bater os pés no chão em sinal de descontentamento.
Então, do fundo da sala de onde partia o feixe de luz que
dava vida à fantasia, veio a voz impotente do alemão diante do borrão em sua
tela:
- Num dianta bate pé. O luz tá frraco!
Existiam então, e ainda existem hoje, limitações sobre as
quais nada podemos fazer a não ser esperar que com o tempo se ajustem, para o
bem ou para o mal.
Na última sexta feira, nosso “desgovernador” chamou,
acompanhado presencialmente do ainda presidente da Câmara, seu candidato ao
próximo mandato e garantido pela coorte invisível, mas presente de asseclas,
nosso presidente de facínora e não contente tentou jogar o BO da crise em
Manaus de maneira espúria no colo de Bolsonaro.
Na verdade, essa difamação barata vai se juntar com outras
anteriores no esgoto de onde saiu o ignorante que a pronunciou e seus
comparsas.
O que espanta e ver pessoas que eu acreditava possuírem pelo
menos dois neurônios capazes de dialogar entre si, darem eco a frases de elogio à mídia,
proferidas pelo estagiário de ditador do Morumbi.
Só posso considerar terem sido atingidas por um surto de
senilidade precoce, e embora triste, limá-las de meu convívio tanto presencial
quanto virtual.
Não tenho mais paciência com gente burra.
A mídia se comporta nos melhores moldes das dos países
comunistas, em crise de abstinência dos rios de dinheiro que os governos
anteriores desviavam para ela bajular suas fantasiosas ações e esconder seus
crimes.
Na mesma declaração o “calça estoca peido” conclama
governadores e congresso a juntarem-se a ele no golpe de estado.
Tarde demais. O povo (ou pelo menos a parcela cujos
neurônios anda não estão babando no babadouro) já sacou que o governador é um
pulha.
O que ele faz agora nada mais é que bater o pé contra o
incontrolável, seu filme colorido está de maneira irreversível, se
transformando em um pesadelo em branco e preto
Sua falta de credibilidade acabou levando junto a de uma instituição
seríssima como o Instituto Butantã.
Como diria o personagem Cybher do filme Matrix para Neo em
uma referência ao “mago de Oz: “buckle your seat belt Dorothy,’cause Kansas is going bye, bye!” (amarre o cinto de
segurança Dorothy, Kansas está dizendo adeus).
Nossa Dorothy, que por enquanto ainda ocupa o palácio dos
Bandeirantes, junto com seu homem de lata, o leão covarde e o homem de palha,
estão prestes a receber uma lição de realidade para jamais esquecer, suas
pretensões políticas estão lhe dizendo “bye bye”.
Está prestes a descobrir que o mago que ocupa o planalto,
não é uma farsa como o do filme, mas sim “the real deal”.
Se conseguir escapar da “quizumba” que armou com a China
vivo, será puro lucro.
Não vai adiantar bater pé. Como nos idos da “la Bastille”, a paciência do povo chegou ao
limite.
Te vira palhaço!
Nenhum comentário:
Postar um comentário