sábado, 16 de janeiro de 2021

 



Não adianta bater pé!

 

Por: H. James Kutscka.

 

Transcorria o ano de 1952, eu tinha cinco anos e morava em Marcelino Ramos, cidade onde nasci e onde meu pai exercia o cargo de gerente da agência local do Banrisul, função que acumulava com a de presidente do Rotary Club local e Juiz de paz, além de esporadicamente lecionar português quando faltava professor na escola local, mas tudo isso não chegava nem perto de seu amor pela música, o cinema, o teatro e o ballet.

Assim foi que: como nos contos de fadas, uma bela noite, treze anos após sua estreia nos USA, ele e minha mãe, vestidos como para uma noite de gala, me levaram para assistir a uma cópia em dezesseis milímetros do filme “O Magico de Oz”  (estreia longamente aguardada), no cinema local de propriedade de um alemão apaixonado pela invenção de Lumiére.   

A sala de cinema (se é que poderíamos chamá-la assim), deveria medir uns dez metros de comprimento por uns seis de largura.

Cadeiras rudimentares de madeira com assentos e espaldas de palha trançada, eram mantidas organizadas em fileiras de oito, por duas ripas pregadas a seus pés e na altura dos assentos.

Não era a primeira vez que eu ia a essa sala e que assistia a filmes normalmente mudos do Gordo e o Magro, Chaplin, Buster Keaton,  Harold Lloyd  e dos Keystone  Kops  (revividos sem tanta graça em versão sonora e colorida  nas inúmeras sequências  da “ Loucademia de Polícia”  nos anos oitenta).

O filme era sonoro e uma surpresa a mais era prometida aos espectadores no cartaz exposto na porta da sala de projeção, e assim foi: depois de Judy Garland ter sido apanhada pelo furacão em “cinquenta tons de cinza” (que era o normal da época) e levada junto com sua casa e seu cachorrinho no turbilhão para a terra de Oz, a magia aconteceu: de repente a sala toda se iluminou de cores com a imagem surpreendente da estrada de tijolos amarelos do reino de Oz, onde Dorothy pronuncia surpresa as icônicas palavras se dirigindo a Toto: “Your not in Kansas anymore” (você não está mais no Kansas).

Um Oh! de puro espanto ecoou na pequena sala.

Creio que nesse instante, ninguém mais naquela pequena caixa interdimensional se encontrava ainda em Marcelino Ramos.

Estávamos todos em Oz!

Esse momento mágico de minha infância, assistido do colo de meu pai (do contrário o único que teria visto seriam as costas do indivíduo da cadeira da frente) me acompanha até hoje, mas não está sozinho em meu cérebro, alguns minutos depois uma queda de energia fez a imagem quase se apagar por intermináveis segundos, em que no escuro da sala os espectadores menos pacientes, começaram a bater os pés no chão em sinal de descontentamento.

Então, do fundo da sala de onde partia o feixe de luz que dava vida à fantasia, veio a voz impotente do alemão diante do borrão em sua tela:

- Num dianta bate pé. O luz tá frraco!   

Existiam então, e ainda existem hoje, limitações sobre as quais nada podemos fazer a não ser esperar que com o tempo se ajustem, para o bem ou para o mal.

Na última sexta feira, nosso “desgovernador” chamou, acompanhado presencialmente do ainda presidente da Câmara, seu candidato ao próximo mandato e garantido pela coorte invisível, mas presente de asseclas, nosso presidente de facínora e não contente tentou jogar o BO da crise em Manaus de maneira espúria no colo de Bolsonaro.

Na verdade, essa difamação barata vai se juntar com outras anteriores no esgoto de onde saiu o ignorante que a pronunciou e seus comparsas.

O que espanta e ver pessoas que eu acreditava possuírem pelo menos dois neurônios capazes de dialogar entre si,  darem eco a frases de elogio à mídia, proferidas pelo estagiário de ditador do Morumbi.

Só posso considerar terem sido atingidas por um surto de senilidade precoce, e embora triste, limá-las de meu convívio tanto presencial quanto virtual.

Não tenho mais paciência com gente burra.

A mídia se comporta nos melhores moldes das dos países comunistas, em crise de abstinência dos rios de dinheiro que os governos anteriores desviavam para ela bajular suas fantasiosas ações e esconder seus crimes.

Na mesma declaração o “calça estoca peido” conclama governadores e congresso a juntarem-se a ele no golpe de estado.

Tarde demais. O povo (ou pelo menos a parcela cujos neurônios anda não estão babando no babadouro) já sacou que o governador é um pulha.

O que ele faz agora nada mais é que bater o pé contra o incontrolável, seu filme colorido está de maneira irreversível, se transformando em um pesadelo em branco e preto    

 

Sua falta de credibilidade acabou levando junto a de uma instituição seríssima como o Instituto Butantã.

Como diria o personagem Cybher do filme Matrix para Neo em uma referência ao “mago de Oz: “buckle your seat belt Dorothy,’cause  Kansas is going bye, bye!” (amarre o cinto de segurança Dorothy, Kansas está dizendo adeus).

Nossa Dorothy, que por enquanto ainda ocupa o palácio dos Bandeirantes, junto com seu homem de lata, o leão covarde e o homem de palha, estão prestes a receber uma lição de realidade para jamais esquecer, suas pretensões políticas estão lhe dizendo “bye bye”.

Está prestes a descobrir que o mago que ocupa o planalto, não é uma farsa como o do filme, mas sim “the real deal”.

Se conseguir escapar da “quizumba” que armou com a China vivo, será puro lucro.

Não vai adiantar bater pé. Como nos idos da “la  Bastille”, a paciência do povo chegou ao limite.

Te vira palhaço!

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