A abelha e a mosca.
(uma fábula brasileira de corar a face de Esopo)
Por: H. James Kutscka
Uma ou duas semanas atrás, um amigo psiquiatra me enviou
por whats app o trecho de uma “live” com a participação de Alfredo Bessow
(jornalista e fotógrafo profissional gaúcho), Paulo Schultz (não consegui
identificar se era o cineasta ou um professor de Santa Rosa no RS) e o Dr.
Alessandro Loiola.
No pedaço de vídeo que assisti, o polêmico doutor (alvo
preferencial dos checadores de fatos), que já se expressou anteriormente com
ênfase sobre a inutilidade das máscaras
durante a “fraudemia”, declara
que no último levantamento do QI médio do brasileiro os pesquisadores concluíram
ser esse de 87, número que dentro da psiquiatria é para todos os efeitos considerado
“estado de embotamento cognitivo”, uma vez que a média da espécie “ homo
sapiens” oscila entre 90 e 110 , sendo
que acima desse número já estaríamos falando de gênios.
Trocado em miúdos, a maioria da nação brasileira tem
dificuldade de compreender os fatos e ocorrências ao seu redor e passa a dar
por suas, opiniões alheias.
Normalmente repetindo o consenso comum gerado por veículo
de comunicação com suficiente presença midiática para impor uma narrativa ou
discurso.
Aqui convém fazer um parêntesis para explicar a diferença
entre diálogo e discurso.
Para que haja o diálogo é necessário que os grupos
envolvidos nele não sejam idênticos ou muito semelhantes, também não podem ser
completamente diferentes ou preponderantemente diferentes, um dos participantes
não pode “englobar” o outro (o negrito é meu), os dialogantes devem
estar abertos às ideias mutuas.
Já no discurso, o interlocutor é de maneira repetitiva e
obstinada instado a assumir a ideia de quem profere o discurso.
Se você querido leitor vê qualquer semelhança com o que
nossa imprensa consorciada vem fazendo desde o início da “fraudemia”, acredite não
é mera coincidência.
As facilidades de dialogo surgidas com a Internet que
deveriam derrubar as paredes do isolamento, ameaçam o discurso dos poderosos e
em uma nação onde a maioria do povo tem dificuldade para discernir a realidade,
os que dominam o discurso nadam de braçada.
Esse é um terreno fértil para a criação de menininhas de
cabelos verdes e sovacos peludos e de meninos de poncho com pés sujos em
sandálias de couro, matéria prima para a nova carreira de “checadores de fatos”
a serviço do palestrante oficial.
Eles aram a terra arrasada e transformam em terreno fértil
para a força de frente dos globalistas: políticos progressistas, ministros,
juízes, jornalistas, big pharmas, big techs e sistema bancário.
Como em tempos de “mimimi” qualquer conceito sobre um grupo
inteiro pode ser entendido como preconceito, nos chega a parecer por um
momento, estar tudo perdido.
Mas boas surpresas existem onde menos se espera, na última
semana quando fui colocar gasolina em meu carro, um frentista que assiste a meu
programa (Dois Neurônios Incomodam) na rede, e que ao longo do tempo se tornou
meu amigo, com quem sempre troco algumas ideias enquanto ele abastece, fez a
seguinte consideração:
- “É seu James está difícil! imagine o senhor um diálogo
entre a abelha e a mosca, por mais que a abelha tente convencer a mosca que mel
é melhor que merda, esta nunca vai se convencer”.
Sábias palavras, ditas por um brasileiro que certamente
está acima da média de QI mencionada anteriormente.
Infelizmente estamos no país das moscas, mas aparentemente
nos últimos tempos apesar das limitações, muitas delas estão mudando de dieta.
Enquanto mesmo com as restrições impostas pelos tiranos
houver pessoas como meu amigo frentista, e formos capazes de encontrar um canal
para o diálogo, poderemos vencer o enxame e com o tempo mudar o cardápio dos
brasileiros.
Com o perdão da ironia, que nada mais é que consequência da
revolta, até outubro podemos ensinar as moscas a comer lula. Afinal o molusco não
difere muito de seu prato habitual.