Poesias

 


 
 
 
 
 

INNER DESERT

 

Watch -out girl,

It's so terrible my desert,

That to get lost and beat

You don't need to get in

Just be close to it.

                                      H. James Kutscka  26/01/95 
 
 
 
 
 
SALTO AMORTAL
 
Os olhos cegos
nas pontas dos dedos,
no ventre macio
pousados.
 
Pernas entrelaçadas
falando, roçando arrepios.
 
Um corpo rescendendo
a fêmea respira,
transpira, perfumes
de terras de sonhos febrís.
 
Murmúrios, sussurros.
Um anjo perde as asas
e o demônio gritachora,
chega!
                                             H.James Kutscka    outono de 1973 
 
 
A Poesia à seguir  faz parte do livro ainda inédito " Histórias
 
Flutuantes" e foi escrita na noite em que a Gaiola  deixou para trás
 
Bom  Jesus da Lapa

 
 
SÃO FRANCISCO.

              Bom Jesus da Lapa.

É tanta a solidão

que acaba penetrando

na gente.

E o tempo dói,

com a solidão andante.

O resfolegar do vapor,

como amante apaixonado

em estertores

num leito

de rio tira o sono.

Pequenas luzes de adeus

de cidades perdidas,

que não sabem

serão lembranças

um dia.

Nostálgicas luzes.

Estrêlas caídas.

Rastejando.

Provocando tristeza.

Estrêlas morinbundas,

agarradas ao chão

que me lembram

de morte,

que maceram minh'alma.

E o vapor inconsequente,

anda.

Um apito alegre,

chegança.

Um chôro longo,

partança.

Eu sempre nele.

Em todas as cheganças,

em todas as partanças.

Olhando um rio.

Vertendo outro.

 

 

Hilton James Kutscka

1969

 
 
 

POESIA DE CONCRETO.

 

Dos muros e das vozes

que neles vivem,

um murmúrio

por um pensamento

que não teve a coragem

de ser escrito

foi ouvido por mim.

E propositalmente

esquecido.

 





PONTO DE LUZ
 
 

Uma última luz

que não foi apagada

feriu a noite mortalmente.

A traição havia se consumado.

Abrir as asas e voar era o certo,

mas rasteiros, fomos feitos medrosos.

A noite em um abraço gelado

escondeu seus demônios em um canto

onde gemiam de prazer,

pela dor consentida e bem vinda.

E uma certeza cresceu.

Acautelem-se demônios.

Apaguem-se as luzes.

Tranquem-se as donzelas,

porque mesmo sem asas

posso voar.

E estou sedento de amor.

 

 
 
 
 

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