INNER DESERT
Watch -out girl,
It's so terrible my desert,
That to get lost and beat
You don't need to get in
Just be close to it.
SALTO AMORTAL
Os olhos cegos
nas pontas dos dedos,
no ventre macio
pousados.
Pernas entrelaçadas
falando, roçando arrepios.
Um corpo rescendendo
a fêmea respira,
transpira, perfumes
de terras de sonhos febrís.
Murmúrios, sussurros.
Um anjo perde as asas
e o demônio gritachora,
chega!
SÃO FRANCISCO.
Bom Jesus da Lapa.
É tanta a solidão
que acaba penetrando
na gente.
E o tempo dói,
com a solidão andante.
O resfolegar do vapor,
como amante apaixonado
em estertores
num leito
de rio tira o sono.
Pequenas luzes de adeus
de cidades perdidas,
que não sabem
serão lembranças
um dia.
Nostálgicas luzes.
Estrêlas caídas.
Rastejando.
Provocando tristeza.
Estrêlas morinbundas,
agarradas ao chão
que me lembram
de morte,
que maceram minh'alma.
E o vapor inconsequente,
anda.
Um apito alegre,
chegança.
Um chôro longo,
partança.
Eu sempre nele.
Em todas as cheganças,
em todas as partanças.
Olhando um rio.
Vertendo outro.
Hilton James Kutscka
1969
POESIA DE CONCRETO.
Dos muros e das vozes
que neles vivem,
um murmúrio
por um pensamento
que não teve a coragem
de ser escrito
foi ouvido por mim.
E propositalmente
esquecido.
PONTO DE LUZ
Uma última luz
que não foi apagada
feriu a noite mortalmente.
A traição havia se
consumado.
Abrir as asas e voar era o
certo,
mas rasteiros, fomos feitos
medrosos.
A noite em um abraço gelado
escondeu seus demônios em um
canto
onde gemiam de prazer,
pela dor consentida e bem vinda.
E uma certeza cresceu.
Acautelem-se demônios.
Apaguem-se as luzes.
Tranquem-se as donzelas,
porque mesmo sem asas
posso voar.
E estou sedento de amor.
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