Enquanto isso na Gotham City do Planalto...
Por: H. James Kutscka
Imagino que quase todo mundo conheça a expressão “abriram a
caixa de Pandora”, mas pouca gente conhece mais além do fato, de que tal caixa
continha todos os males do mundo, e que em sendo aberta seriam libertados sem
que pudessem jamais serem presos.
A história é complicada, mas vou tentar simplifica-la
Segundo a mitologia grega, havia dois Titãs (filhos como
outros dez de Urano e Gaia, ancestrais dos deuses Olímpicos) chamados
Prometheus (o que olhava para o futuro)
e Epimeteu(o que olhava para o passado) que foram ordenados por Zeus de criar
os animais e lhes conceder qualidades como: fortes garras, asas e velocidade entre
outros.
O homem teria sido o último animal a ser criado e como não
havia sobrado mais poderes para que algum lhe fosse concedido, Prometheus lhe
entregou o domínio sobre o fogo, o seu dom de olhar para o futuro e o de andar
sobre as duas pernas como os deuses.
Ao saber disso Hefestos ficou furioso, pois o fogo era sua
praia e de mais ninguém (para quem não sabe Hefestos em Roma atendia pelo nome
de Vulcano).
Esse então como castigo, mandou amarrar Prometheus a uma
pedra onde todos os dias teria seu fígado comido por abutres. O fígado se
regeneraria durante à noite para ser comido novamente no dia seguinte. Não era
fácil ser um deus na Grécia antiga.
Mas Prometheus não sofreu o castigo em sua integra, em
algum momento entre um e outro de seus doze trabalhos, Hércules o salvou de sua
sina eterna o que nos mostra que não existe mal que nunca acabe.
Já Epimeteu que era o que olhava para o passado e havia
feito apenas o que lhe fora ordenado, foi agraciado com uma linda mulher criada
pelos deuses, Pandora (o nome grego significa portadora de todas as virtudes),
para ser sua esposa. Ela trazia consigo um jarro de presente que nunca deveria
ser aberto.
Com o passar dos séculos, o jarro acabou virando “caixa de
Pandora” e o que aconteceu todos sabemos, Pandora não resistiu à curiosidade e
o abriu libertando o seu conteúdo: todos os males do mundo.
Ao ver a “M....“ que havia feito, Pandora assustada voltou
rapidamente a tampar o jarro, ou fechar
a caixa (os queridos leitores podem escolher) encerrando dentro o que estava no
fundo, a esperança.
Entendido isso meus prezados leitores, poderíamos pensar
não haver mais esperança, ou que essa ainda existe guardada no fundo da jarra
(caixa) bastando para resgatá-la somente romper o artefato que a aprisiona.
Aqui cabe um lembrete de “cortina” entre a mitologia Grega
e os dias atuais: Segundo Nietzsche em sua obra “Humano, demasiado humano” a
esperança é o pior dos males pois prolonga o sofrimento dos homens. Não levem em consideração, era apenas Nietzsche
sendo Nietzsche!
A dramaticidade da mitologia grega com seus deuses
“boderline” hora heróis, hora vilões, foi substituída hoje em dia na imaginação
popular pelas histórias em quadrinhos, onde super heróis, verdadeiros deuses,
enfrentam vilões, verdadeiros demônios, para a alegria da indústria
cinematográfica que arrecada milhões com filmes baseados em seus roteiros e nos
ajudam a ver a realidade que nos cerca com outros olhos.
Nesse contexto nossa capital do país pode ser vista como a
Gotham City do planalto, nela habitam vilões como o “Urna de Veludo” cujo poder
é o de trambicar eleições a serviço do ladrão “Nove Dedos”, esquecendo de
propósito que eleições tem que ser como a mulher de César, que além de ser
honesta deve parecer honesta.
O “Urubu Careca”, com o poder de acusar, julgar e condenar
qualquer um por crime de opinião e muitos mais que somente ocuparia espaço
mencionar.
Resta-nos o consolo de que parece que como na Gotham
original, aparentemente existe um justiceiro punindo nossos bandidos na
surdina.
O primeiro foi Bob Jeff metido no mensalão (hoje meu
malvado favorito) que da noite para o dia apareceu com um olho roxo culpando uma
indefesa porta de armário pelo acontecido, o segundo a aparecer “out of the
blue” todo arrebentado foi um urubu que talvez por gostar do “Tico Tico No
Fubá” é conhecido pela alcunha de
“Carmem Miranda”.
O terceiro, muito falador, conhecido como o “Urubu amigo do
amigo de meu pai” apareceu de repente como se tivesse levado uma cadeirada no
meio da cara em uma briga de bar e “silenciou o faixo”.
A quarta vítima foi a “Mulher Porco” vulgo “Peppa”, rainha
da traição e da baixaria que também sem explicação plausível surgiu sem histórias
convincentes com a cara arrebentada.
O desespero começa a tomar conta dos vilões induzindo-os ao
erro.
O “Homem Azia” da CPI está com refluxo.
A “Gazela do Amapá’’ está surtando e esgotando seu estoque
de sais aromáticos.
Nesse domingo nós, o povo, vamos mostrar nas ruas de onde
emana todo poder da República, vamos libertar a esperança.
Nenhum vilão ou quadrilha nos impedirá de ter os votos
auditáveis nas próximas eleições!