Maurício Souza VS Maurício de Sousa
Por H. James Kutscka
São dois Maurícios que provavelmente nem mesmo se conhecem;
com opiniões diferentes sobre o mesmo tema, que com toda certeza jamais
discutiram, e que não teria a mais mínima importância para nenhum de nós em
tempos de preocupações muito maiores do que discutir preferências sexuais de
personagens de histórias em quadrinhos.
Mas pasmem, é exatamente o que vinte parlamentares daqueles
mesmos sete partidos de “M” de sempre estão fazendo, ao protocolarem uma
representação contra o jogador por sete vezes campeão da seleção brasileira de
vôlei que joga no Minas Tenis Club, por homofobia.
Curiosamente um partido por campeonato ganho.
Até aí, o fato pelo ridículo que é, poderia até passar
desapercebido não fosse a covardia dos dois principais patrocinadores do clube,
que para agradar a uma plateia liliputiana ensandecida e saltitante, ameaçou
retirar o apoio econômico do clube, caso o jogador não fosse afastado.
É importante dar o nome desses covardes politicamente
escorregadios: Fiat e Gerdau, que a partir de agora, sugiro que use um slogan
onde diga: que seu aço é como o do filho do homem de aço, as vezes amolece e
entrega a rosca.
Aqui convém explicar para quem não acompanhou o “buxixo”,
que Maurício Souza comentou nas redes socias (sempre elas), ao saber do anúncio
da DC de que o filho de Clarck Kent (para quem não sabe o Superman ou Homem de
Aço) em próximas edições da revista, se descobrirá bissexual, o seguinte: “Ah é
só um desenho, não é nada demais. Vai nessa que vão ver onde vamos parar”.
Pensando exatamente da forma que os defensores do
linchamento do jogador, foi que seis milhões de judeus e centenas de milhares
de homossexuais e ciganos, foram exterminados pelo nazismo. Aceitando o avanço
de absurdos como atualmente o de um grupo feminista da França de fazer inveja a
nossos parlamentares, que quer banir o requisito da beleza para os concursos de
beleza, o que convenhamos caracteriza um paradoxo de imbecilidade do mesmo
nível daquele indivíduo que defende a tese que se fosse possível voltar ao
passado, ele poderia matar seu próprio avô.
Assino embaixo da declaração de Maurício Souza, e justifico
pela liberdade de opinião.
A mesma liberdade que não é contestada do outro Maurício, o
de Sousa, de expor em animação destinada a nossos filhos a Mônica, personagem
inspirado em sua própria filha, despida e com um pênis.
Esse tipo de aberração não pode sofrer crítica, porque o
crime de opinião no Brasil é seletivo.
Maurício de Sousa, único criador de quadrinhos brasileiro
bem sucedido na área, que tem um filho gay, Mauro de Sousa, sempre atento ao
mercado, já cogita a algum tempo inserir na “Turma da Mônica” um casal
homossexual.
Temos que aceitar?
Creio que sim, basta não comprar mais as revistas e o mercado se auto
regula.
Papais e mamães gays as continuarão comprando para seus
filhos, e vamos ver se a publicação resiste somente com esse público.
Seria interessante saber a opinião de nosso campeão das
quadras sobre essa iniciativa de inclusão do desenhista, junto as nossas
crianças e adolescentes.
Até aí “truco”, não fosse a “rede social” montada pelo
“Zucka” para suprimir a verdade e dar vez a narrativa que nasceu de sua
incapacidade durante os tempos de faculdade de se enturmar e conseguir uma namorada,
quando a tentativa era feita ao vivo e à cores.
Hoje, no momento mesmo em que escrevo, estou de castigo,
sendo rejeitado na rede do rejeitado, por ter publicado um comentário com a
reprodução do desenho da Mônica que ilustra esse artigo, que vou tentar
publicar em plataformas menos nazistas, (outro paradoxo, já que Zucka é judeu) deixando
claro que algo como liberdade de expressão só existe quando se está de acordo
com a opinião do dono da bola ou da plataforma. do contrário não há jogo.
Sobre as opiniões dos dois Maurícios, defendo até a morte o
direito dos dois expressá-las onde quiserem, já aceitar uma ou outra, é decisão
de cada um de nós sem nenhum tipo de censura, seja de rede social ou de quem
for.
O psiquiatra Fredric Whertam alucinado e histriônico defensor
de um código de ética para os quadrinhos (com o qual nunca concordei) que
alegava influenciarem de forma negativa a juventude e que teve suas ideias aprovadas em 1954 pelo
congresso norte americano, resultando na criação do selo do Comics Code Autorithy,
copiado a partir de 1960 no Brasil pela
EBAL, RGE, Abril e O Cruzeiro, deve estar se revirando na tumba, afinal ele
só queria censurar violência explicita e mau gosto, principalmente nas revistas
de terror como Weird Tales, Creepy e diversos outros Pulp Fiction de menor
qualidade, que foram as publicações mais afetadas pelo código
Nunca lhe passou pela cabeça que o homem de aço nascido em
1938, seria sucedido por um filho boióla.
Graças a Deus, Joe Shuster e Jerry Siegel, já não estão
mais entre nós e foram poupados de presenciar o que estão fazendo com sua
criação.
Certo mesmo estava Nelson Rodrigues: - Só o canalha precisa
de uma ideologia que o justifique e absolva.
Sejam todos bem vindos aos novos tempos da frescura largada
e do surgimento da heterofobia.
Ainda bem que já tenho setenta e quatro anos.