A que ponto chegamos!
Por H. James Kutscka
Sabe aquele soldado marchando com o passo errado, que de
soslaio olha para o resto do batalhão e pensa em sua solene ignorância: como
tantos soldados podem estar marchando errado?
Ou o bêbado que voltando para casa depois de uma noitada,
entra na contramão da avenida 23 de maio em São Paulo e ao escutar no rádio do
carro um aviso que um lunático está trafegando em alta velocidade na contra-
mão da maior avenida de São Paulo, exclama raivoso para o locutor enquanto vê o
trafego vindo em sua direção: Um? São centenas!
Ponto de vista também depende de neurônios funcionais para
poder discernir a realidade da fantasia particular de cada um.
Unicórnios à parte, com o advento do bichinho chinês desenvolvido
em laboratório, em algum momento do ano da graça de Nosso Senhor Jesus Cristo
de 2019, alguns seres iluminados se sentiram ungidos de sabedoria, reles bêbados
de ciência que como o soldado e o motorista do caso citado anteriormente, se
arvoraram donos da verdade.
A partir de então, investidos de um poder intangível, começaram
a dar ordens à humanidade que foi obrigada a seguir seus passos ou dirigir na
contra mão do bom senso.
A pergunta que cabe nesse início de 2022 é: quanto tempo
mais essa insanidade irá durar?
No Canadá, um país onde a bem pouco tempo atrás, livros
foram queimados em praça pública em um ato de fazer inveja à Hitler e seus asseclas
da SS, transformando em realidade a ficção Farenheit 451 de Ray Bradbury em
pleno século XXI, mais de 50 mil caminhoneiros
se lançaram às estradas para parar o país exigindo liberdade.
Na Bélgica, Itália, França, Suíça, Alemanha e até na anestesiada
Austrália, multidões cansadas de serem tratadas como animais irracionais, saem
às ruas ecoando o mesmo grito de liberdade.
Graças ao bichinho chinês, não faltaram candidatos a
salvadores da humanidade, implantando o terror para vender uma falsa segurança.
Por aqui, na Terra de Santa Cruz, nessa última sexta-feira
parece que a corda finalmente arrebentou, o “careca supremo” alçado a ministro
pelo estepe da “Anta do Planalto”, que acostumado com a docilidade do povo dessa
terra resolveu peitar o presidente, e estabelecer-se califa no lugar do califa,
esqueceu que o capitão tem um exército informal de mais de 60 milhões de
eleitores cansados de ver as peripécias do “palhaço carequinha” e saiu da
casinha rosnando.
Como diria minha avó: Foi cutucar a onça com vara curta.
Queria por que queria que o presidente se humilhasse e
fosse prestar declarações sobre um ato que não cometeu ao falar da
violabilidade das urnas nas últimas eleições, quando segundo ele (o ministro) o
inquérito estava sob sigilo de justiça.
Esse é o mesmo ministro que atua como os prelados da igreja
na Idade Média, com poderes excepcionais (pois tinham de agir contra o inimaginável)
durante a caça às bruxas.
Eles identificavam as feiticeiras, arrolavam as testemunhas
que eram mantidas em segredo, faziam a acusação, julgavam e executavam a pena.
Se o caro leitor estiver encontrando alguma semelhança com as
atuais prisões, acusações e condenações de pessoas como, Roberto Jefferson,
Daniel Silveira, Alan dos Santos, Oswaldo Eustáquio e tantos outros, vítimas do candidato a tirano
que até o momento se sente invulnerável, não será mera coincidência, no
entanto à diferença de Torquemada parece
que o “Cão reca” (como diria um querido amigo meu) aparentemente
encontrou sua Nêmesis no momento em que
ordenou ao presidente para depor sobre
suas afirmações de fraude nas urnas, onde um hacker pintou e bordou por meses
antes das eleições de 2018. Foi aí que a corda finalmente arrebentou.
Os próximos capítulos prometem fortes emoções, e sem querer
dar “spoiler”, arrisco a vaticinar que o “Cão reca”, para delírio da torcida,
corre o risco de ser conduzido de volta a casinha com o rabo entre as pernas
para ser capado.