Das liberdades pessoais e coletivas.
Por H. James Kutscka
Herbert Spencer, filósofo, biólogo e antropólogo Inglês
natural de Derby (cidade localizada 207 quilômetros à leste de Londres) no
início do século XIX saiu-se com essa: A liberdade de cada um termina onde
começa a do outro.
Uma definição brilhante que estabelecia limites para algo
que podia ser entendido como um território sem fronteiras, onde tudo seria
permitido e aí um paradoxo, tão volátil que sua dissolução e transformação em
tirania, somente dependeria de um indivíduo com o poder e a vontade de fazê-lo.
Uma explicação tão simples e ao mesmo tão genial que muitas
vezes erroneamente, citei como sendo de Shakespeare (aqui me penitencio).
Em verdade, a semente da ideia encontramos, como em muitas
ocasiões, na Bíblia: Tobias 4,15 “Não faças a ninguém o que não queres que te
façam”. Simples assim.
O tempo passou e os dez mandamentos, que no meu humilde
entender poderiam ser resumidos em apenas um, o acima exposto, foram “aperfeiçoados”
para transformar-se em uma Constituição que cobriria todos os aspectos
possíveis e imagináveis dos direitos e deveres de um cidadão dentro de uma pretendida
democracia.
Para tanto, se tomou o conceito de democracia dos
gregos: Democracia é o governo do povo
pelo povo para o povo.
Estava bom para os gregos.
Como Tobias o fez, não com o intuito de diminuir a
verborragia, mas talvez até involuntariamente de simplificar o entendimento. Da
mesma forma vou me permitir usar de uma definição de meu amigo advogado Dr.
Antônio José Ribas Paiva: Democracia é a segurança do direito.
Em uma democracia os direitos e deveres dos cidadãos estão
especificados na constituição, a lei maior, e para garantir a inviolabilidade
dessa Carta Magna, foi criado um Supremo Tribunal Federal a ser composto por
onze cidadãos de notável saber jurídico.
Aí, é que como diria minha avó, que a porca torce o rabo.
Quando de “notável saber jurídico se trata”, dos onze
componentes dessa deslumbrante seleção que atualmente tem seus nomes mais
conhecidos que os da de futebol, apenas três foram juízes e desses apenas dois
concursados.
Pois bem, essas excelências garantiram a liberdade de um ladrão
condenado em três instâncias, possível mandante de pelo menos dois
assassinatos, para concorrer à presidência do país, limpando seus ilustres
traseiros com a Constituição que deveriam guardar.
Enquanto isso na Nicarágua, Daniel Ortega o amigo do ladrão
cachaceiro libertado, que com seu “poste” nomeou a grande maioria dos acima
citados onze, declara o país: “estado sem Deus”, manda queimar igrejas e
prender padres entre eles Monsenhor Rolando José Alvarez, crítico do regime. Não
se trata de um ateu revoltado, mas de um tirano comunista a serviço da NOM.
Eu mesmo me
considero um ateu agnóstico (ateu do grego “atheos”, sem deus e “agnosis”
também do grego, conhecimento).
Ao contrário do que muitos pensam, ateus não são seres a
serviço dos demônios, até porque também não acreditamos neles, mas acima de
tudo, como qualquer ser consciente deveria fazer, defendemos a liberdade de as
pessoas professarem a crença que as conforte que bem entenderem.
Se calarmos como o fizeram argentinos e chilenos quando
queimaram suas igrejas porque no final das contas não foi aqui, em breve o
será.
Já que temos uma Constituição e pagamos regiamente para que
onze excelências evitem que ela seja desrespeitada, convém lembrar que no artigo
quinto inciso IX da nossa Constituição Federal está escrito: É livre a
expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,
independente de censura ou licença.
No mesmo artigo, no inciso V: É inviolável a liberdade de
consciência e crença.
Sobre a censura que acontece diariamente nas redes sociais
e até com representantes do povo no congresso, que tem sido em alguns casos até
presos por ordem de um dos guardiões da Constituição, não preciso nem falar.
Fui cancelado (sim esse mesmo escriba que semanalmente
gasta seu latim de graça, tentando esclarecer um pouco do samba do crioulo
doido em que se tornou esse país) pelo You Tube, acusado de divulgar “fake news”
sobre as vacinas contra o vírus chinês em meu programa “Três Neurônios #354 em
dita plataforma. Meus comentários sempre
foram baseados em grandes nomes da ciência execrados pelas “Big Pharmas” e “Big
Techs” tanto nacionais como internacionais.
Mas afinal de contas quem são eles? Apenas alguns
desconhecidos, um deles com prêmio Nobel.
O mesmo programa que causou o meu cancelamento da
plataforma foi postado com outro nome na conta de um amigo e está, até o
momento em que escrevo esse artigo, no ar.
Só posso deduzir que o problema é comigo e isso
configuraria descriminação.
Embora dita plataforma estrangeira tenha suas regras e
dentre elas está a de suprimir quem não lhes agrade, ela está no meu país,
portanto lembro que, sujeita à nossa constituição, a qual garante meu direito à
livre opinião.
Cadê minha liberdade?
Como muito bem se expressou Ain Rand em sua trilogia “A
Revolta de Atlas”: “Há no mal uma obscenidade que contamina o observador. Há um
limite para aquilo que é próprio de se ver. Não de deve pensar nisso, nem
investigar isso, nem tentar entender suas causas”.
Pois saibam senhores: Eu penso, investigo e entendo
perfeitamente suas causas.
O tempo, “se Deus quiser”, mostrará a verdade, mas se por
acaso somente por acaso estiver ocupado demais para fazê-lo temos, sem ofensa a
nenhum dos muitos deles, (deuses), como dever, tomar a responsabilidade em
nossas mãos e fazê-lo a qualquer custo.
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