Hora de abandonar o inseticida
Por: H. james kutscka
Este artigo foi inspirado em um grupo de “Watts appp” que
em uma simples frase conseguiu de maneira esplendida resumir de forma escatológica
o sentimento que eu e a grande maioria de meus leitores tem à respeito dos
fatos representados por personagens patéticos na “opera buffa” atualmente em
cartaz nesse palco de dimensões continentais chamado Brasil.
“Não é ódio é NOJO”, assim mesmo com a palavra nojo em
caixa alta como se gritasse sua indignação perante os fatos.
Me senti perfeitamente representado, pois não é ódio, é
nojo o que sinto das instituições que deveriam nos representar, o mesmo nojo
que me impede de esmagar uma barata com a sola do sapato pois a (a sola do
sapato) irremediavelmente, fato que sempre me levou a buscar um meio menos
traumático de livrar-me do repulsivo inseto como um inseticida, assim digamos
de uma maneira mais civilizada, conseguiria o mesmo resultado sem os lances de “Grand
Guignol” resultantes do pisão.
E é aí que reside o engano de todos conservadores, na
civilidade, no nojo de tomar a atitude correta, mas deselegante, aquela que
resolve o problema de maneira definitiva, acabando de uma vez por todas com
esses estropícios que vem solapando as bases da democracia em nossa terra.
Políticos e juristas, ou talvez devesse dizer, “politiques
e juristes” para estar de acordo com o entendimento de um ministro iluminado que
na semana que passou, não contente em proibir a polícia de subir aos morros cariocas
para combater o trafego, agora legisla
violando a constituição ao desautorizar
o Estado de Rondônia a exigir que se
fale português nas escolas, mudando em um “canetaço” a nossa língua, que convém
lembrar é assegurada pela constituição conforme reza no seu artigo 13 :“ A
língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil” e eu complemento para informação do ilustre
ministro, nela não existe essa parvoíce de linguagem neutra, a menos que vossa
excelência tenha alterado a constituição sem consultar o povo de onde emana
todo poder.
Voltando às baratas, estamos deixando passar muitas coisas
por nojo de sujar a mãos, como nas baratas usamos o inseticida evitando tocá-las
ainda que com a sola do sapato, e as varremos para fora sem verificar se estão
realmente mortas. Elas voltam.
Políticos são como baratas, se não estiverem bem mortos
eles retornam, são quase imortais, não dá para livrar-se deles sem sujar as
mãos, principalmente aqueles que não são eleitos pelo povo, mas foram alçados a
seus cargos supremos e vitalícios pelos bandidos que a partir de então, deverão
proteger a qualquer custo.
A “quadrilha da capa preta” que agora se declara poder
moderador.
Surpresa! Dormimos numa República Democrática e acordamos no
dia seguinte em um império, onde no lugar de um imperador temos dez “Darth
Vaders” dando as ordens e folgando com nossa cara.
Que será que antevia e quis nos dizer, George Washington,
um dos “Founding Fathers” da maior democracia que o mundo já conheceu, que a
esquerda festiva travestida de paladina da liberdade adora citar, como se
estivessem realmente interessados em livrar as camadas pensantes assim como as
dormentes da população da opressão da censura, o que somente pode acontecer em
uma verdadeira democracia: “A árvore da liberdade deve ser regada de quando em
quando com o sangue dos patriotas e dos tiranos. É seu adubo natural”.
O preço da inanição será a perda da liberdade e submissão
àqueles que nunca tiveram pruridos em sujar a sola do sapato para esmagar o
povo.
Democracia nada mais é que a segurança do direito, e essa
segurança nos está sendo usurpada por toda espécie de traidores da pátria.
Como disse Thomas Jefferson, citando como George Washington
a natureza atualmente tão em voga: A árvore da democracia precisa ser
chacoalhada periodicamente para não atrofiar.
Gostaria de humildemente acrescentar: Às vezes, por mais
que nos doa, não basta chacoalhar ou usar inseticidas, para salvá-las de uma
praga destrutiva, torna-se necessário podá-las.
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