Herodes
Por: H. James Kutscka
Nesse sábado foi aniversário de Jesus, aquele de Nazaré. Muita
gente festejou, houve troca de presentes e comida farta.
Por um momento os problemas foram esquecidos, assim como o
aniversariante.
Isso me levou a esse artigo, pois a data passou e convém
que nos lembremos de alguns fatos ligados a ela e ao comportamento do ser
humano.
Como vivemos em tempos estranhos, convém citar aqui, que o que
vou relatar a seguir embora conste de muitos evangelhos, inclusive alguns
apócrifos, pode não passar de lenda, uma vez que o fato aparentemente aparece pela
primeira vez em um evangelho “tipo” 80 anos depois de ocorrido, narrado por
Mateus.
Diz-se que Herodes, que governou a Judéia de 37ac a 4dc,
tendo sido informado que três Reis Magos vindos do oriente, seguindo uma
estrela que apontaria (segundo eles) o local do nascimento do novo rei dos
judeus, rumavam a Belém para saudar o menino, teria mandado um emissário ao
encontro deles com a mensagem de que, o tendo encontrado, deveriam na volta
passar por seu palácio e informar o CEP do recém-nascido para que Herodes
pudesse também ir render-lhe homenagem.
Segundo o evangelho de Mateus, ainda no caminho, os três
homens foram avisados por um anjo, de que Herodes não era nenhuma flor que se
cheirasse, então seguindo o conselho do anjo, depois de visitar o recém-nascido
retornaram para casa por um caminho distinto, ignorando o pedido do governador,
possibilitando assim a Maria e José deixarem Belém em segurança antes de
qualquer surpresa proveniente do governante
a serviço de Roma, que ao dar-se conta do “passa moleque” mandou dia 29
de janeiro do ano 0, portanto apenas 4
dias depois do nascimento de Jesus (fato altamente controverso já que Santo
Agostinho em seu livro “De
Trinitate” afirma que o nascimento se
deu em 7 de janeiro) que suas tropas
fossem a Belém e executassem todas crianças com menos de dois anos de idade.
Nesse ponto as coisas perdem mais ainda o foco: segundo
relatos bizantinos, 14.000 mil inocentes foram mortos, como se esse número não
fosse suficiente para que todos passassem a odiar Herodes, os sírios falavam em
64.000, já para os coptas, nada menos de 144.000 crianças haviam sido
executadas.
Em 1910 a igreja Católica em sua Enciclopédia, resolve pôr
um fim à celeuma e declara que entre 6 e vinte inocentes foram mortos em Belém
e talvez mais uma dúzia nos arredores, números bem mais condizentes com a
população local da época. Assim diminuem radicalmente os números, mas não
diminui nem um pouco a barbárie de mandar executar os filhos dos outros por
decreto.
Outra história onde crianças inocentes são sacrificadas e
envolve um mago, desta vez flautista, é citada 1284 anos depois na cidade de
Hamelin na Alemanha, desta vez contada pelos irmãos Grimm.
Consta que a população da cidade infestada por ratos, teria
contratado um flautista mágico, que com sua música teria enfeitiçado os ratos
que seguindo o som de sua flauta, teriam sido todos afogados no rio Weser. O
mago, tendo salvo a colheita de grãos da cidade como havia prometido, voltou
para receber uma moeda por rato morto como fora tratado com seus habitantes.
Estes então livres da praga, alegando não ter o flautista
trazido a cabeça dos roedores para comprovar a matança, se recusaram a cumprir
o acordo.
O flautista se retirou sem reclamar, mas voltou uma noite depois
de uma semana, e com o som de seu instrumento que somente as crianças da cidade
podiam ouvir, enfeitiçou todos os meninos e meninas da aldeia e os trancou em
uma caverna onde estariam até hoje.
A história nos mostra que as crianças parecem destinadas a
pagar pelos erros dos adultos
737 anos mais tarde, lembro Vinicius de Moraes que em um
poema chamado Cotidiano Número 2 diz:
“Acordo de manhã,
pão com manteiga.
E muito, muito sangue no jornal.
Aí a criançada toda chega
E eu chego achar Herodes natural.”
Está tudo bem, às vezes elas enchem o saco, mas não
brinquem com nossas crianças. Herodes só pode ser achado natural cantado por
Vinícius.
Na semana que passou, a Anvisa autorizou a picada para
nossos filhos com idade entre 5 e 1 anos, alguns governadores e prefeitos estão
“louquinhos” para comprar mais doses sem licitação.
Querem inclusive transformar em questão de Estado, para
justificar tal “nonsense”, uma pesquisa com pais parece estar em curso para
saber se esses aceitariam ou não picar seus filhos, isso enquanto circula na
internet um vídeo de Tetros Adhanom, presidente da OMS, onde o próprio
recomenda não aplicar a picada em crianças porque pode matá-las. Isso mesmo, ele diz claramente, matá-las.
O resultado da pesquisa deve sair até dia 2 de janeiro.
Se essa pesquisa for tão confiável como as urnas do TSE, é
bom ficar esperto ou vão rasgar mais uma vez a Constituição e lhe roubar o Poder
Familiar colocando a vida de seus filhos em risco, dessa vez na forma da lei.
Olha Herodes fantasiado aí novamente sambando na avenida!
Feliz Natal!
Se deixarem.
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