sábado, 19 de fevereiro de 2022

 



Anatevka pode ser aqui.

 

Por H. James Kutscka

 

Está semana permitam-me falar de uma enorme paixão: o cinema.

Era mais de uma da manhã quando terminou o Show de Graham Norton no canal Film&Arts na última terça feira, anunciaram o próximo programa, o filme “Um Violinista no Telhado” dirigido pelo canadense Norman Jewison, que ganhou um Oscar com “No Calor da Noite” (filme com Sidney Poitier), e foi indicado para vários outros, entre eles o mencionado nesse artigo e “Jesus Christ Superstar.

Já vi esse filme no mínimo umas cinco vezes, o tenho em minha filmoteca em VHS, DVD, e LCD (aqueles vídeo discos grandes prateados, predecessores dos atuais DVDs).

Mesmo assim resolvi assistir novamente, talvez somente o início (devido ao adiantado da hora), onde em uma magistral atuação, Topol no papel de Tevye, um leiteiro judeu ucraniano, dá um show de interpretação cantando “Tradition” em uma rua de terra em Anatevka, um “shtetl” (vilarejo) judaico fruto da imaginação do autor, localizado na Ucrânia, pouco antes da revolução comunista.

Conforme as imagens iam se sucedendo, percebi que teria de assistir até o final, obras primas não merecem ser vista pela metade.

Além da música, danças e uma história primorosa, o violinista no telhado é uma metáfora sobre o equilíbrio necessário para tocar o instrumento na cumieira das casas do vilarejo, tão difícil quanto tentar sobreviver com cinco filhas, sendo judeu em um país dominado pela União Soviética onde os “pogroms” eram basicamente a diversão da soldadesca nos sábados à noite.

Não havia horizontes para alguém como Tevye, além de ordenhar sua vaca leiteira, tentar casar bem suas três filhas maiores, e crer em Deus, com quem tem maravilhosos diálogos ao longo da história.

Um pacifista, em um estado aparelhado que cultuava e obedecia cegamente às diretrizes de uma Rossiya- Matushka (Mãe Rússia) tirânica.

Só podia acabar como acabou, rompido o frágil equilíbrio, os direitos de todos habitantes de Anatevka foram sendo gradualmente suprimidos até que por ordem do estado, foram obrigados a abandonar suas casas e todos seus pertences, incluindo nisso a vaca leiteira de Tevye, seu sustento. 

O comunismo havia vencido, o estado era agora dono de tudo, e nesse novo estado não havia lugar para determinados indivíduos, no caso em questão, os judeus.

Algo similar vem sendo gestado no “ovo da serpente” (outro excepcional filme, no caso, de Ingmar Bergman sobre o nazismo), é a nova ordem mundial, que é apenas um novo nome para o mesmo tipo de coisa. Algumas pessoas que desejam tomar o poder, não através de uma guerra tradicional (embora o número de mortos ao redor do mundo ultrapasse a de uma), mas de uma “fruademia taylor made” para criar escravos e excluir os que não se dobraram às exigências “sientificas” dos gestores do “novo normal”.

Como Modernos Tevyes, muitos ainda creem em uma solução pacífica para esse confronto com um inimigo invisível, falando com Deus e esperando uma solução divina.

Felizmente, outros no Canadá, USA, Suécia, Austrália, Nova Zelândia começam a se levantar contra os emissários do terror.

Contra tiranos não funcionam atitudes pacifistas, eles somente entendem a força e sabem muito bem como utiliza-la, enquanto nós conservadores nos tornamos acomodados e submissos.

Como os Cruzados, torna-se necessário que nos levantemos contra o domínio do mal.

Na segunda guerra mundial, Stalin não podia deixar que Hitler tomasse Stalingrado, então enviou Nikita Khrushchov para comandar a força de defesa da cidade.

Não havia suficiente munição nem armas, mas sobravam homens, Khrushchov então determinou que atacassem os nazistas, (armados até os dentes, mas enfraquecidos pela falta de alimento e pelo rigoroso inverno), em filas de três homens. O primeiro levava um fuzil e um cartucho de munição, o de logo atrás apenas um cartucho de munição, o terceiro da fila de mãos vazias.

A coisa funcionava assim: Quando o primeiro fosse morto, o segundo pegava o fuzil carregava com seu cartucho de balas e seguia em frente, quando este também morresse (em teoria já deveriam ter avançado bastante em direção ao inimigo), então o terceiro pegava o fuzil e ia se entender com os alemães com a baioneta.

Se alguém tentasse recuar, estava avisado que seria abatido por “snipers” na retaguarda  

O que aprendemos com isso é que tanto para nazistas quanto para comunistas, vidas são a única coisa que pode ser desperdiçada para se atingir um objetivo.

Os integrantes da NOM apoiados por políticos inescrupulosos, estão usando o mesmo estratagema para espalhar o pânico e escravizar a humanidade, dividida entre os que se renderam à “picada” e às restrições impostas pelos criadores da narrativa e seus asseclas e os que não capitularam às mentiras, felizmente pessoas estão despertando em todo mundo.

Mas para seguir falando de filmes,vamos para “A Força do Silencio” dirigido por Manuel Huerga que retrata a luta de Pau Casals  (Pablo Casals) nascido  em El Vendrell na Cataluña à apenas 35 quilômetros de Tarragona no Mediterrâneo  e que passou quase toda vida exilado em Prade na França, por ter se recusado a tocar em Berlim, Moscou e também enquanto durasse  a ditadura de Franco. O mundo ficou sem ouvir Casals de 1939 até 1950 quando ele finalmente acedeu a tocar com alguns dos maiores músicos da época em um festival comemorativo dos 200 anos de Bach em Prade, nos Pirineus franceses.

Seu silêncio foi um grito mudo pela liberdade, ele acabou morrendo em Porto Rico sem nunca ter voltado a Espanha e sem ver a queda de Franco. 

Que sirva o exemplo de Pau (cujo nome em catalão parece ser profético), não se resolve nada ficando em casa e se recusando a agir.

Me perdoem a deselegância, mas é hora do pau e não estou falando do Pablo! Não podemos deixar essa terra abençoada se transformar em uma Anatevka! 

É chegada a hora de avançar e queimar as pontes para não pensar em nenhum momento em recuar. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário