Anatevka pode ser aqui.
Por H. James Kutscka
Está semana permitam-me falar de uma enorme paixão: o
cinema.
Era mais de uma da manhã quando terminou o Show de Graham
Norton no canal Film&Arts na última terça feira, anunciaram o próximo
programa, o filme “Um Violinista no Telhado” dirigido pelo canadense Norman
Jewison, que ganhou um Oscar com “No Calor da Noite” (filme com Sidney Poitier),
e foi indicado para vários outros, entre eles o mencionado nesse artigo e
“Jesus Christ Superstar.
Já vi esse filme no mínimo umas cinco vezes, o tenho em
minha filmoteca em VHS, DVD, e LCD (aqueles vídeo discos grandes prateados,
predecessores dos atuais DVDs).
Mesmo assim resolvi assistir novamente, talvez somente o início
(devido ao adiantado da hora), onde em uma magistral atuação, Topol no papel de
Tevye, um leiteiro judeu ucraniano, dá um show de interpretação cantando
“Tradition” em uma rua de terra em Anatevka, um “shtetl” (vilarejo) judaico
fruto da imaginação do autor, localizado na Ucrânia, pouco antes da revolução
comunista.
Conforme as imagens iam se sucedendo, percebi que teria de
assistir até o final, obras primas não merecem ser vista pela metade.
Além da música, danças e uma história primorosa, o violinista
no telhado é uma metáfora sobre o equilíbrio necessário para tocar o
instrumento na cumieira das casas do vilarejo, tão difícil quanto tentar sobreviver
com cinco filhas, sendo judeu em um país dominado pela União Soviética onde os
“pogroms” eram basicamente a diversão da soldadesca nos sábados à noite.
Não havia horizontes para alguém como Tevye, além de
ordenhar sua vaca leiteira, tentar casar bem suas três filhas maiores, e crer
em Deus, com quem tem maravilhosos diálogos ao longo da história.
Um pacifista, em um estado aparelhado que cultuava e
obedecia cegamente às diretrizes de uma Rossiya- Matushka (Mãe Rússia)
tirânica.
Só podia acabar como acabou, rompido o frágil equilíbrio,
os direitos de todos habitantes de Anatevka foram sendo gradualmente suprimidos
até que por ordem do estado, foram obrigados a abandonar suas casas e todos
seus pertences, incluindo nisso a vaca leiteira de Tevye, seu sustento.
O comunismo havia vencido, o estado era agora dono de tudo,
e nesse novo estado não havia lugar para determinados indivíduos, no caso em
questão, os judeus.
Algo similar vem sendo gestado no “ovo da serpente” (outro excepcional
filme, no caso, de Ingmar Bergman sobre o nazismo), é a nova ordem mundial, que
é apenas um novo nome para o mesmo tipo de coisa. Algumas pessoas que desejam
tomar o poder, não através de uma guerra tradicional (embora o número de mortos
ao redor do mundo ultrapasse a de uma), mas de uma “fruademia taylor made” para
criar escravos e excluir os que não se dobraram às exigências “sientificas” dos
gestores do “novo normal”.
Como Modernos Tevyes, muitos ainda creem em uma solução
pacífica para esse confronto com um inimigo invisível, falando com Deus e
esperando uma solução divina.
Felizmente, outros no Canadá, USA, Suécia, Austrália, Nova
Zelândia começam a se levantar contra os emissários do terror.
Contra tiranos não funcionam atitudes pacifistas, eles
somente entendem a força e sabem muito bem como utiliza-la, enquanto nós
conservadores nos tornamos acomodados e submissos.
Como os Cruzados, torna-se necessário que nos levantemos
contra o domínio do mal.
Na segunda guerra mundial, Stalin não podia deixar que
Hitler tomasse Stalingrado, então enviou Nikita Khrushchov para comandar a
força de defesa da cidade.
Não havia suficiente munição nem armas, mas sobravam
homens, Khrushchov então determinou que atacassem os nazistas, (armados até os
dentes, mas enfraquecidos pela falta de alimento e pelo rigoroso inverno), em
filas de três homens. O primeiro levava um fuzil e um cartucho de munição, o de
logo atrás apenas um cartucho de munição, o terceiro da fila de mãos vazias.
A coisa funcionava assim: Quando o primeiro fosse morto, o
segundo pegava o fuzil carregava com seu cartucho de balas e seguia em frente,
quando este também morresse (em teoria já deveriam ter avançado bastante em
direção ao inimigo), então o terceiro pegava o fuzil e ia se entender com os
alemães com a baioneta.
Se alguém tentasse recuar, estava avisado que seria abatido
por “snipers” na retaguarda
O que aprendemos com isso é que tanto para nazistas quanto
para comunistas, vidas são a única coisa que pode ser desperdiçada para se
atingir um objetivo.
Os integrantes da NOM apoiados por políticos inescrupulosos,
estão usando o mesmo estratagema para espalhar o pânico e escravizar a
humanidade, dividida entre os que se renderam à “picada” e às restrições
impostas pelos criadores da narrativa e seus asseclas e os que não capitularam
às mentiras, felizmente pessoas estão despertando em todo mundo.
Mas para seguir falando de filmes,vamos para “A Força do
Silencio” dirigido por Manuel Huerga que retrata a luta de Pau Casals (Pablo Casals) nascido em El Vendrell na Cataluña à apenas 35
quilômetros de Tarragona no Mediterrâneo
e que passou quase toda vida exilado em Prade na França, por ter se
recusado a tocar em Berlim, Moscou e também enquanto durasse a ditadura de Franco. O mundo ficou sem ouvir
Casals de 1939 até 1950 quando ele finalmente acedeu a tocar com alguns dos
maiores músicos da época em um festival comemorativo dos 200 anos de Bach em
Prade, nos Pirineus franceses.
Seu silêncio foi um grito mudo pela liberdade, ele acabou morrendo
em Porto Rico sem nunca ter voltado a Espanha e sem ver a queda de Franco.
Que sirva o exemplo de Pau (cujo nome em catalão parece ser
profético), não se resolve nada ficando em casa e se recusando a agir.
Me perdoem a deselegância, mas é hora do pau e não estou
falando do Pablo! Não podemos deixar essa terra abençoada se transformar em uma
Anatevka!
É chegada a hora de avançar e queimar as pontes para não pensar
em nenhum momento em recuar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário