sábado, 12 de março de 2022

 








“Dubito ergo sum”(Duvido logo existo)

Por H. james Kutscka

 

Era final dos anos sessenta quando nos encontramos.

Embora tivesse tirado dez nas dez provas de “linguagem da arquitetura” na FAU (acho que era esse o nome dado na época a uma maratona de provas que incluíam desenho a mão livre, colagem, escultura e mais sete outras modalidades das quais já nem mesmo recordo), com direito a reportagem de página no então prestigiado Jornal da Tarde. Meu sonho em ser arquiteto no entanto, foi frustrado pelas notas baixas em matemática e física.

Diz o ditado que tem males que vem para bem. Prestei vestibular para Artes Plásticas na FAAP e por um desses acasos furtuitos com o qual nos brinda o Universo, em uma noite qualquer (já trabalhava em publicidade na época e cursava a faculdade à noite), o conheci.

Tcheco de nascimento, apresentou-se como primo irmão de Franz Kafka (até hoje não sei se isso era força de expressão por serem ambos da mesma nacionalidade e cidade ou terem realmente laços consanguíneos). Lecionava teoria da comunicação e humanidades e tive certeza desde sua primeira aula que ele estava fora de lugar naquela faculdade. Era como se eu errando, acertara. Era esmola demais para pouco santo, assim que finda a aula lhe perguntei o que o levara a vir lecionar naquele lugar e descobri que ele estava fazendo um estudo sobre o que chamou de “situação intelectual brasileira isolada e estéril no que a fatos culturais se referia”. Dar aquelas aulas servia-lhe de laboratório prático.  Estava explicado, e não vou perder tempo explicando o porquê.

Perguntei onde morava e embora fosse fora de meu caminho, me ofereci para leva-lo para casa no que foi a primeira de várias caronas. Logo passei a frequentar somente suas classes e um dia durante o trajeto, lhe confidenciei que sem demérito algum aos outros professores, somente ia à faculdade para ouvi-lo. Do banco do carona de meu Karman Ghia, o homem que se referia brilhantemente às vacas como máquinas eficientes de transformar capim em leite, perguntou-me:- Senhor Hilton, por que o senhor cursa essa faculdade?

- Porque para meus pais é importante que eu possua um diploma respondi.

Depois de algumas perguntas sobre meus pais e meu trabalho na publicidade, estávamos já descendo a Av. Rebouças em direção aos Jardins quando ele me disse (com seu sotaque alemão arrastado que deixava todas as palavras mais incisivas):- Senhor Hilton, na vida existem pessoas que nasceram para seguir regras outras para fazê-las, não perca tempo, largue a faculdade.

Para mim um “epoché”, uma suspensão do tempo, onde é impossível aceitar ou negar a proposição.  Desculpem minha falta de modéstia, mas afinal quem havia dito aquilo era nada mais nada menos que Vilém Flusser.      

Quando acabou seu curso na FAAP. segui seu conselho e confesso que nunca senti falta do “canudo” para ser bem sucedido, tanto na publicidade quanto na literatura.

Baseado então em suas brilhantes classes sobre a transformação da cultura escrita para a cultura imagética, ouso comparar o verdadeiro consórcio de imprensa mundial às vacas de Flusser, não passam de uma máquina eficiente de transformar através de imagens, mentiras em verdades através de uma colagem conveniente a seus fins.  

Transformaram a mentira em arte, e como dizia Nietzsche: “a arte supera a realidade”.

Já não importa a verdade da notícia, mas sim a notícia e seu objetivo oculto.

No início da “fraudemia,” vimos filmes da China veiculados no mundo inteiro com pessoas caindo mortas como moscas nas ruas e metrôs. Pergunto aos queridos leitores, quantas pessoas depois de estabelecido o terror viram caindo mortas nas ruas e metrôs reais?

Enquanto Luc de Montagnier era um pregador no deserto, as imagens dramáticas transmitidas à diário faziam sua parte.   

O receptor das informações é informado do que interessa aos detentores do poder e Descartes é enterrado pela censura com seu “dubito ergo sum”.  A dúvida é banida, somente existe a verdade oficial, e quem se levantar contra ela será cancelado em todos os meios de comunicação.

Nestes tempos de catequização do livre pensar, torna-se difícil fazer com que a enorme maioria apedeuta, emprenhada por imagens da rede Globo, CNN e outros grandes conglomerados, entenda que os sinais de esquerda e direita  que antes existiam, hoje estão em lados contrários.  

O verdadeiro ideal comunista hoje se instalou na União Europeia e USA com o nome mais palatável de NOM.

Essa mudança inclui como seu mais fervoroso porta voz, Bergoglio, ele mesmo, o Papa, que saiu do armário brandindo a foice e o martelo em nome da NOM. Qualquer dúvida, leiam sua encíclica “Fratelli Tutti”. 

A grande imprensa ignora  que o único governante a defender que a Amazônia é brasileira, foi o atual invasor da Ucrânia, onde a mesma imprensa ignora os laboratórios de nível de segurança 3, onde os USA financiavam o desenvolvimento de  armas químicas, os investimentos de Hunter Biden no país e outras maracutaias, como a sua contratação pela Burisma Holding (empresa de gás natural), para seu conselho diretor, além de uma lista enorme de libertinagens com adolescentes ucranianas de fazer inveja a Arthur do Val encontradas em um lap top de sua propriedade, esquecido displicentemente em um loja de consertos.

Preocupar-se por que?  Papai era o vice de Obama e a imprensa não se atreveria, mesmo no governo Trump, a escancarar a verdade.

Gigantescas caravanas de caminhões pela liberdade transitam pelo Canadá, USA, Austrália, Nova Zelândia  e até mesmo na Suíça  contra o ignóbil passaporte sanitário, totalmente ignoradas pelos meios.

Zelensky é endeusado pela mídia como herói nessa guerra, nenhum repórter da grande mídia se atreve a fazer um paralelo com Castro no caso dos mísseis de Cuba.   

Não permita que lhe suprimam o direito de duvidar.

Talvez leve tempo, mas a verdade em algum momento virá à tona como no caso da “fraudemia”, no momento é prudente não tomar partido.

Como frequentemente, com doçura, se expressava Flusser com seu sotaque quando inquerido por um aluno sobre algo que dissera em classe:- “Querrido, você não entendeu nada”!

Duvidar é preciso, viver não é preciso.

Saudades!


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