sábado, 19 de março de 2022

 





O deus ex machina

Por H. james Kutscka

 

Antes de entrar no tema principal desse artigo, permitam-me queridos leitores, que faça uma pequena digressão para que possamos entender a realidade que nos cerca hoje.

Nossa história começa em 1938 quando um jovem radialista de 23 anos que tinha um programa na CBS (Columbia Broadcasting System) e já previa uma guerra na Europa, na qual se os Estados Unidos fossem envolvidos, não estaria preparado. Ele vinha alertando já há algum tempo através de seu programa sobre o fato, e era constantemente ridicularizado pelo magnata da imprensa William Randolph Hearst, dono do maior conglomerado de comunicação da época. Dele faziam parte dois dos periódicos mais importantes tanto da costa oeste como da costa leste, respectivamente o San Francisco Examiner e o New York Journal.

Para provar seu ponto de vista, no domingo 30 de outubro de 1938 véspera de Halloween, apenas onze meses antes de Hitler invadir a Polônia, no que viria a se transformar na segunda Guerra Mundial, em seu programa de número 17 da série: “The Mercury Theatre on The Air”, apresentou uma adaptação radiofônica do livro de 1898 de Herbert George Wells “A Guerra dos Mundos”. O fez em forma de noticiário como se estivesse interrompendo a programação normal do domingo para citar os acontecimentos.

Calcula-se que na época, aproximadamente seis milhões de pessoas acompanhavam o programa.

Desses seis milhões, imagina-se que pelo menos metade sintonizou o programa depois do início do mesmo, onde um locutor avisava que o que viria a seguir era uma adaptação para o rádio do famoso livro britânico de ficção. No programa a invasão marciana acontecia em Grover Mill (cidade pertencente ao condado de Mercer em New Jersey).

Cálculos posteriores mostraram que pelo menos um milhão e duzentas mil pessoas acreditaram que o país estava sendo invadido por alienígenas e sobrecarregaram as linhas telefônicas, derrubando as comunicações em uma enorme área. Em sua fuga congestionaram estradas em New Jersey, Newark e New York.

Com um programa de rádio, “fortuitamente” Orson Wellles” provara às autoridades que os Estados Unidos não estavam preparados para uma guerra e que o medo era uma arma de dominação ao alcance da mídia a ser levada em conta. Mais tarde dirigiu “Cidadão Kane” a cereja do bolo, celebrando sua vitória sobre Hearst. Podíamos seguir com outros exemplos de massas descerebradas sendo manobradas pela mídia, mas para o momento provo minha teoria. Cqd (como queríamos demonstrar), essa é a prova de que não é necessário muito para motivar pessoas  a fazer estultices.

O povo, desde sempre, tanto para o bem como para o mal, foi “emprenhado” pelas orelhas.

Atualmente os controladores além da voz contam com a imagem.

O deus ex machina que chegou para resolver tudo está em todo lugar, no quarto, na sala em enormes tevês de plasma com tela plana para não ocupar espaço e imagem 4k ou 8 k ou na telinha do celular como um moderno escapulário.

Através delas (das telas), o “grande irmão” com milhares de faces apascenta seu rebanho mesmerizado.

É o bezerro de ouro contemporâneo.

As pessoas já não apreciam a realidade, fotografam ou filmam com seus celulares para ver mais tarde depois de editar e melhorar a luz e as cores, não vivem mais o momento, mas um devir corrigido, confortável, inodoro e com música de fundo ao gosto do freguês.

Estamos vivendo constantemente em um futuro nebuloso, a realidade depende do ponto de vista do grande emissor e a discordância está sendo censurada. Nessa última sexta feira, um iluminado advogado do PCC que foi colocado na mais alta corte do país por um ex-presidente e ex-preso preventivo em investigação da Lava Jato, que nem mesmo foi eleito para o cargo, decide que o “Telegram” é uma ameaça à democracia e com um “canetaço” põe milhões de opiniões divergentes da sua no ostracismo, atapetando assim o caminho para unanimidade burra, fruto esperado da tirania e do medo.

O Brasil agora passa a fazer parte do seleto grupo que no planeta mais preza pelas liberdades individuais, a saber (em ordem alfabética para não ofender nenhum FDP): Azerbaijão, Belarus, Bahrein, China, Coréia do Norte, Cuba, Irã, Paquistão, Rússia e Tailândia. 

Outro ministro, esse onipresente pois está no STF e TSE ao mesmo tempo, curte nas redes sociais um post com acusações à Bolsonaro jamais provadas. Quando os que ainda podem falar, criticam sua postura inapropriada para alguém com tal cargo se justifica dizendo que foi sem querer, inaugurando assim o “lapsus digitus” ou como melhor se expressaria o ‘Chapolin Colorado’: “Foi sem querer querendo”. Essa figura patética é o responsável atual pela manutenção das urnas eletrônicas ditas invioláveis, que prometem eleições limpas em outubro próximo.

No deus ex machina, comerciais pagos com nosso dinheiro, mentem a diário sem nenhum pudor ou consequência sobre a lisura das tais urnas.

Nos telejornais, a verdade conveniente nos é imposta à diário sobre uma guerra na qual em determinado dia da semana passada morreram duas pessoas. Só para constar, no Brasil morrem mais de setenta mil por ano, vítimas de violência e isso é olimpicamente ignorado pelo consórcio midiático.

Urge buscar a verdade e ela não será encontrada nos jornais, na televisão, no cinema nem nas rádios, cabe a cada um de nós garimpá-la, a internet nos deu a batéia e a corrente de água que estão tentando represar com um espúrio marco regulatório.

Não compre jornais, não compre revistas e não assista televisão, você já é bem grandinho e capaz de informar-se sozinho.

Como diria o agente Moulder da série Arquivo X “A verdade está lá fora”, estamos por conta própria e não virá nenhum extra terrestre para invadir nosso planeta ou nos salvar dos tiranos, e se de mentir se trata, não precisamos de ajuda, podemos fazê-lo nós mesmos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário