O escravo perfeito.
Por H. James Kutscka
Na semana que passou, assisti a um filme chamado “Speak no
Evil” (não fale maldade)
O nome vem dos três macacos sábios da lenda chinesa, Mizaru,
Kikazaru e Iwazaru, que teriam sido mandados pelos Deuses para vigiar os
humanos e suas maldades. O o primeiro
que cobre os olhos nos ensinaria a não olhar para o mal, o segundo a não ouvir
o mal e o terceiro não falar o mal.
O macaco surdo deveria observar os que cometiam más ações e
relatar através da fala para o cego, que por sua vez sem ter presenciado nada, passaria
as informações colhidas ao mudo que prestaria contas aos deuses e depois destes,
( os deuses) terem decidido um castigo apropriado aos praticantes das maldades,
deveria vigia-los para que as penas determinadas fossem cumpridas.
Esse último obviamente por ser mudo, nada relatava e assim
as coisas “seguiam como dantes no quartel d’Abrantes”.
O filme em questão (coprodução Dinamarca /Holanda) com
roteiro desenvolvido pelos irmãos diretor Christian e Mads Tafdruf (o primeiro
diretor) detêm-se na importância do macaco mudo.
Ao longo de aproximadamente uma hora e meia mostra como
pessoas teoricamente bem educadas (que tomaram leite Ninho na infância para ter
um bom desenvolvimento intelectual) depois de adultas, tornaram-se idiotizadas
pelo politicamente correto e passaram por timidez, inanição ou simples falta de
“simancol” a vitimas de uma situação insustentável.
A trama é a seguinte:
Um casal dinamarquês com uma filha de uns oito anos conhece
durante umas férias na Toscana outro casal holandês com um filho da mesma idade
que segundo eles, sofre de Aglossia Congênita Isolada (anomalia rara na qual o
indivíduo nasce sem língua), aí está o macaco que não fala aos deuses.
Um ano mais tarde esse casal convida os educadíssimos
dinamarqueses (a mulher é vegetariana, a filha não come açúcar e todos se
preocupam com o meio ambiente) para passar um final de semana em sua casa na Holanda.
Aceito o convite, inicia-se um pesadelo onde veem todos
seus conceitos de convivência, educação e privacidade serem seguidamente violados
em um verdadeiro mael-strom (um redemoinho mortal, para usar uma palavra lá do
pedaço, no caso Noruega).
O bullying psicológico atinge o ponto de violência física, e
quando o casal vítima se encontra totalmente subjugado pelo mal sem lógica,
surge a pergunta, cuja resposta me levou a ter uma verdadeira epifania: - Porque
vocês estão fazendo isso conosco?
- Porque vocês deixaram! foi a singela resposta.
Pergunto então a meus queridos leitores por que aceitamos
as canetadas aviltantes ao nosso bom senso, perpetradas pelo careca do Supremo
que se arvorou ultimo defensor de uma democracia canhota que só ele entende
como tal? (quero dizer “democracia”).
Por que ficamos calados quando outro togado solta um ladrão
para concorrer à presidência do país, “personagem mijado” que é recebido nos
morros cariocas por traficantes armados até os dentes como celebridade do crime
organizado. Larápio que se diz defensor do desarmamento e líder de massas que
não pode andar nas ruas?
A resposta é a mesma que levou seis milhões de judeus à
morte no Holocausto, a mesma que matou de fome quase doze milhões de ucranianos,
poloneses, tchecos e eslovacos entre 1932 e 1933 no Holodomor provocado por
Stalin.
Porque todos eles, como nós mesmos, deixaram o mal aos
poucos ir se infiltrando até tomar conta total e suprimir qualquer resquício de
liberdade.
A pergunta que interessa é: Depois de tudo que estamos vendo
e ouvindo vamos ficar na dependência do macaco mudo?
Se assim fizermos sinto informar, vamos merecer a faixa de
escravos perfeitos que nos está reservado pelos tiranos de plantão.
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