sábado, 30 de outubro de 2021

 


Maurício Souza VS Maurício de Sousa

Por H. James Kutscka

 

São dois Maurícios que provavelmente nem mesmo se conhecem; com opiniões diferentes sobre o mesmo tema, que com toda certeza jamais discutiram, e que não teria a mais mínima importância para nenhum de nós em tempos de preocupações muito maiores do que discutir preferências sexuais de personagens de histórias em quadrinhos.

Mas pasmem, é exatamente o que vinte parlamentares daqueles mesmos sete partidos de “M” de sempre estão fazendo, ao protocolarem uma representação contra o jogador por sete vezes campeão da seleção brasileira de vôlei que joga no Minas Tenis Club, por homofobia.

Curiosamente um partido por campeonato ganho.

Até aí, o fato pelo ridículo que é, poderia até passar desapercebido não fosse a covardia dos dois principais patrocinadores do clube, que para agradar a uma plateia liliputiana ensandecida e saltitante, ameaçou retirar o apoio econômico do clube, caso o jogador não fosse afastado.

É importante dar o nome desses covardes politicamente escorregadios: Fiat e Gerdau, que a partir de agora, sugiro que use um slogan onde diga: que seu aço é como o do filho do homem de aço, as vezes amolece e entrega a rosca.

Aqui convém explicar para quem não acompanhou o “buxixo”, que Maurício Souza comentou nas redes socias (sempre elas), ao saber do anúncio da DC de que o filho de Clarck Kent (para quem não sabe o Superman ou Homem de Aço) em próximas edições da revista, se descobrirá bissexual, o seguinte: “Ah é só um desenho, não é nada demais. Vai nessa que vão ver onde vamos parar”.

Pensando exatamente da forma que os defensores do linchamento do jogador, foi que seis milhões de judeus e centenas de milhares de homossexuais e ciganos, foram exterminados pelo nazismo. Aceitando o avanço de absurdos como atualmente o de um grupo feminista da França de fazer inveja a nossos parlamentares, que quer banir o requisito da beleza para os concursos de beleza, o que convenhamos caracteriza um paradoxo de imbecilidade do mesmo nível daquele indivíduo que defende a tese que se fosse possível voltar ao passado, ele poderia matar seu próprio avô.

Assino embaixo da declaração de Maurício Souza, e justifico pela liberdade de opinião.

A mesma liberdade que não é contestada do outro Maurício, o de Sousa, de expor em animação destinada a nossos filhos a Mônica, personagem inspirado em sua própria filha, despida e com um pênis.

Esse tipo de aberração não pode sofrer crítica, porque o crime de opinião no Brasil é seletivo.

Maurício de Sousa, único criador de quadrinhos brasileiro bem sucedido na área, que tem um filho gay, Mauro de Sousa, sempre atento ao mercado, já cogita a algum tempo inserir na “Turma da Mônica” um casal homossexual.

Temos que aceitar?  Creio que sim, basta não comprar mais as revistas e o mercado se auto regula.

Papais e mamães gays as continuarão comprando para seus filhos, e vamos ver se a publicação resiste somente com esse público.   

Seria interessante saber a opinião de nosso campeão das quadras sobre essa iniciativa de inclusão do desenhista, junto as nossas crianças e adolescentes.

Até aí “truco”, não fosse a “rede social” montada pelo “Zucka” para suprimir a verdade e dar vez a narrativa que nasceu de sua incapacidade durante os tempos de faculdade de se enturmar e conseguir uma namorada, quando a tentativa era feita ao vivo e à cores.

Hoje, no momento mesmo em que escrevo, estou de castigo, sendo rejeitado na rede do rejeitado, por ter publicado um comentário com a reprodução do desenho da Mônica que ilustra esse artigo, que vou tentar publicar em plataformas menos nazistas, (outro paradoxo, já que Zucka é judeu) deixando claro que algo como liberdade de expressão só existe quando se está de acordo com a opinião do dono da bola ou da plataforma. do contrário não há jogo.

Sobre as opiniões dos dois Maurícios, defendo até a morte o direito dos dois expressá-las onde quiserem, já aceitar uma ou outra, é decisão de cada um de nós sem nenhum tipo de censura, seja de rede social ou de quem for.

O psiquiatra Fredric Whertam alucinado e histriônico defensor de um código de ética para os quadrinhos (com o qual nunca concordei) que alegava influenciarem de forma negativa a juventude  e que teve suas ideias aprovadas em 1954 pelo congresso norte americano, resultando na criação do selo do Comics Code Autorithy, copiado  a partir de 1960 no Brasil pela EBAL, RGE, Abril  e O Cruzeiro,  deve estar se revirando na tumba, afinal ele só queria censurar violência explicita e mau gosto, principalmente nas revistas de terror como Weird Tales, Creepy e diversos outros Pulp Fiction de menor qualidade, que foram as publicações mais afetadas pelo código

Nunca lhe passou pela cabeça que o homem de aço nascido em 1938, seria sucedido por um filho boióla.

Graças a Deus, Joe Shuster e Jerry Siegel, já não estão mais entre nós e foram poupados de presenciar o que estão fazendo com sua criação.

Certo mesmo estava Nelson Rodrigues: - Só o canalha precisa de uma ideologia que o justifique e absolva.

Sejam todos bem vindos aos novos tempos da frescura largada e do surgimento da heterofobia.

Ainda bem que já tenho setenta e quatro anos.

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