sábado, 3 de setembro de 2022

 


Som nas caixas para abafar a verdade.

 

Por: H. james Kutscka

 

Na terça-feira passada em conversa com o querido amigo Pedro Rodovalho Marcondes Chaves Neto (meu parceiro no programa Dois Neurônios Incomodam...)  contei-lhe de um casamento de um filho de um casal amigo ao qual compareci no último sábado no qual tive a oportunidade de encontrar alguns velhos amigos que não via há muito tempo.  Gostaria muito de ter conversado com eles, mas falar com pessoas em uma festa de casamento nos dias de hoje, rivaliza com os doze trabalhos de Hércules.

O encontro se resumiu a um como vão? (gritado no ouvido e tendo como resposta um polegar erguido).

O som proveniente da cantora convidada e orquestra, enchiam todos os espaços não permitindo que houvesse qualquer tipo de diálogo. Quando a cantora cansava, entrava uma trilha musical pré-gravada, muito provavelmente com as músicas de preferência dos noivos, e como se fosse possível, em um volume ainda mais alto.

Resumo da ópera, o cenário era magnífico, a comida e a bebida excepcionais, já a interação social próxima do zero.

- Essa é a ideia disse Pedrinho (o mesmo citado anteriormente sem os quatro sobrenomes) e lembrou um dos artífices da dissociação social através da música: Theodor Adorno

Filosofo da escola de Frankfurt, um dos considerados mestres do marxismo ocidental, (onde chegou a ser codiretor), contemporâneo de Herbert Marcuse e Wilhelm Reich (todos marxistas) teve como seus dois colegas aqui citados um papel fundamental nas manifestações estudantis de 1968, que por pouco não alcançaram seu propósito socializante.

Pois bem, em matéria de revolução pela música meu conhecimento parou em Erik Satie e suas sinfonias cacofônicas onde o som de sirenes, tiros e de uma maquina de escrever faziam parte da obra.

Então fui procurar me inteirar da obra de Aderno que para mim depois da introdução de Pedrinho, começou a me parecer como um Antônio Gramsci musical.

Então surpresa!

O cara, criador do conceito de “Industria Cultural” que tem como um de seus ícones Andy Warhol e seus quadros industrializados em silk screen, era nada mais nada menos que o compositor de uma série de músicas de sucesso dos Beatles, onde sutilmente ia colocando suas sementes marxistas.

A bem da verdade Pedrinho já havia me falado, mas eu meio que fiquei na dúvida. Papai Noel e a Cegonha não existirem já havia sido um baque no seu tempo, isso agora aos 75 anos de idade seria demais.

Se conheceram em Hamburgo em 1960 quando os ”Fab Four” que ainda não eram “Fab”eram apenas reles “Four”  foram dispensados por  Bert Kaempfert,  (produtor musical  alemão  que ficaria conhecido internacionalmente por sua criação  “Baby Elephant Walk”  que virou sucesso na trilha sonora de Hatari, filme com John Wayne e Elza Martinelli de 1962) que lhes disse que o mundo já estava cansado de bandas com três guitarras e uma bateria.  Se não fosse o salvador “O passo do elefantinho, entraria para a história apenas pela tremenda pisada na bola com os “The Beatles”.

Adorno não foi tão simplista.

Teve com eles a mesma visão que Gramsci teve quando anteviu um verdadeiro exército de professores militantes “fazendo a cabeça” dos estudantes.  

A ideia era fazer a juventude perceber a superficialidade do capitalismo que estimula o consumismo e cria a alienação, dessa feita através da música. 

Seu trabalho pode ser apreciado em alguns dos “hits” mais icônicos da banda como:  Lucy in the sky with Diamonds, Tax man, Imagine, Strawberry Fields Forever e Yellow Submarine  (os quais até hoje a grande maioria dos fãs acredita que foram compostos pela dupla Lennon e Mc Cartney) e tantas outros sucessos que embalaram nossa juventude nos quais nas letras podemos encontrar a mensagem do marxista.

Algumas delas (músicas) ajudaram a construir o “zeitgeist” (espirito do tempo) que culminou nas manifestações estudantis de 1968.

Theodor havia quase alcançado a vitória, morreu um ano depois em 1969.

A pergunta que fica é: onde estaríamos se ele ainda estivesse vivo e falasse português?

Por aqui os Beatles foram e são até hoje os fabulosos quatro, com suas músicas inesquecíveis, nossa sorte é que bem poucos brasileiros falam inglês para entender as letras de suas canções e o recado que trazem embutido, mas entendendo ou não como o mundo funciona e os recados sutis dos emissários do comunismo são passados. Algo no entanto restou e ainda funciona, o hábito da música ser tocada de forma ensurdecedora para que em eventos sociais as pessoas não possam se comunicar.

A estratégia é antiga: Dividir para conquistar e de preferência manter a juventude na ignorância.

De qualquer forma tenho algo a declarar: - Se deu mal Theodor! Pelo menos no que a mim me toca.

Apesar de tudo continuo gostando dos Beatles e mesmo me dando conta das mensagens subliminares de algumas músicas, sigo sendo um conservador e odiando música alta em festas.

E já que de farsas e artimanhas da esquerda acabamos falando, não poderia finalizar este artigo sem avisar aos incautos que o pretenso atentado contra a vice da Argentina Cristina Kirchner nessa semana causando enorme comoção (conforme se vê no vídeo) entre os repórteres presentes por ocasião do “evento”, foi perpetrado com uma pistola d´água.

De uma maneira ou outra, eles não desistem.

Eu também não!

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