sábado, 13 de fevereiro de 2021

 



Marchas, marchinhas e contra marchas.

 

Por: H. James Kutscka

 

Confesso que nunca fui muito chegado aos festejos de Momo.

Portanto a inexistência da folia que começaria já na última sexta feira, não mudou em nada minha rotina.

Desde minha juventude, descobri que aquela gente toda, usufruindo de uma alegria datada, somente encontrava sentido e parâmetro na quantidade de álcool consumida.

No entanto ao escrever esse artigo no sábado, uma certa nostalgia me assaltou com letras de marchinhas que servem até hoje como trilha sonora de uma juventude, onde o romantismo ainda fazia sentido e sofrer por amor não era propriedade brega exclusiva de duplas sertanejas.

“Quanto riso, oh quanta alegria!

Mais de mil palhaços no salão.

Arlequim está chorando

Pelo amor de Colombina.

No meio da multidão”

Eternizou Zé Keti em minha mente.

Já na minha infância, eram tempos de outros valores e as pessoas ainda tinham tempo para contemplar as estrelas.

“ A estrela d´alva no céu desponta

E a lua anda tonta com tamanho esplendor

E as pastorinhas pra consolo da lua

Vão cantando na rua lindos versos de amor”

No tempo em que o amor ainda podia ser platônico, “poetou” Noel Rosa.

Então em 1972, quando o século vinte atingia a terceira idade, Vinícius de Morais e seu parceiro Toquinho nos brindaram com a “Marcha da  Quarta-Feira  de Cinzas” onde vaticinavam:

“Acabou nosso carnaval

Ninguém ouve cantar canções

Ninguém passa mais

Brincando feliz

E nos corações

Saudades e cinza

Foi o que restou”.

Sábias e proféticas palavras.

Mas o carnaval de 2021 não vai acabar na quarta-feira, ele nem mesmo começou, foi vítima do Ano Novo Chinês de 2019, que brindou o mundo  com a peste moderna, graças à inconsequência  de Agripinos e Witzels  no comando dos estados turísticos de nosso país, que não viram nenhuma razão para impedir os festejos em 2020, ocasião em que milhões de turistas trouxeram o vírus  para “brincar” em nossa terra.

O desastre foi grande e não tem data para terminar, mas para nossa alegria não foi só o carnaval que acabou.

Acabaram as transmissões da Globo entrecortadas de filmetes da “globeleza” seminua despudoradamente sassaricando nas telas de televisores de todos aqueles que sintonizassem seus aparelhos no canal da “Vênus Platinada”, que em 2020 exaltou em sua transmissão dos desfiles das Escolas de Samba, um enredo em que o “carnavalesco” mostrava Cristo sendo arrastado pelo demônio na avenida, para delírio dos progressistas de plantão. 

Acabou o carnaval do Congresso com os palhaços Nhônho  e Batoré chorando nos salões.

Acabou o carnaval de propinas dos políticos que sofrem desesperados de abstinência.

Acabou o carnaval de autores medíocres ganhando uma enxurrada de dinheiro com músicas ruins de duplo sentido grosseiro.    

“Whitney Houston” (ex-governador do RJ), como na peça magistralmente interpretada por Raul Cortez em 1974: “Greta Garbo quem diria acabou no Irajá” (para quem não sabe um treme–treme famoso do Rio de Janeiro), não terá tanta sorte, deverá acabar em Bangu e seu colega de traição Agripino, com certeza mais dia menos dia seguirá o mesmo caminho, nos USA onde a constituição contempla  a possibilidade de “recall” de ocupantes de cargos públicos o prefeito de Los Angeles pode ser afastado do cargo com  um milhão quatrocentas e cinquenta mil assinaturas dos moradores da cidade ´conseguidas até março de 2021.

Adivinha o que aconteceu nos primeiros dias?

Hoje, sábado13 de fevereiro já existem mais de um milhão e meio.

No estado e cidade de Nova Iorque, está para acontecer o mesmo, com escândalos vindo à tona de decisões absurdas, como recolher compulsoriamente durante a “fraudemia” pessoas de idade com comorbidades e isolá-las em abrigos onde morreram aos montes. Dois redutos da “intelligentsia” (ou melhor dito burritsia) progressista democrata indo para o brejo.

Em Brasília, o “bloco da Lagosta com Romanée Conti”, diante de tanta tristeza provocada por seus desmandos, para nossa alegria acabará dançando na Penitenciaria Federal.

Definitivamente não se faz mais carnavais como os de antigamente.

Nem por isso, tem de ser ruins. No que me diz respeito, essa vai ser a quarta-feira de cinzas mais alegre da história de nosso país.    

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