sábado, 20 de fevereiro de 2021

 





Vamos falar sobre legitimidade

Por H. James Kutscka

 

 

- O jogo acabou. Minha mãe está chamando para o jantar e eu tenho de ir e levar a bola que é minha e ela não quer que eu empreste para ninguém.

Tudo legítimo; a mãe, poder maior ditou a lei, a bola realmente pertence ao filho e infelizmente para o resto dos amigos, o jogo acabou. Resta-lhes ir chorar na cama que é lugar quentinho, como diria com picardia em seus bons tempos o grande narrador esportivo Silvio Luiz.

Já no futebol profissional, quem manda na bola é o juiz, autoridade respeitada por seu conhecimento das regras do esporte e aceita por ambos os times em disputa como legitima.

Então, aproveitando a analogia, diante da expulsão e ordem de prisão “em flagrante” de um deputado eleito pelo povo do Rio de Janeiro, do jogo político que assistimos, Prós X Contras do atual governo essa semana, me atrevo a perguntar: quem escolheu o juiz que apitou a falta?

Qual sua legitimidade?

Ele foi eleito pelo povo?

Ele tem notório conhecimento das leis para poder ser reconhecido por todos como tal (juiz)?

Para piorar o “samba do crioulo doido” nessa partida apitam onze juízes, às vezes em conluio, às vezes monocraticamente.

É como Kinder ovo, sempre uma surpresa!                   Penso que como no futebol, deveria haver uma associação de juízes que os pudesse punir caso fizessem “caca”, mas não há, são supremos.

A alternativa seria submeter sua decisão ao congresso que é composto por representantes do povo e estão lá legitimados pela vontade popular.

Mas nos damos conta que não passam de um grupo de meninos malcriados, subservientes, que há mais de 30 anos fazem das suas impunemente nos campos do Senado e da Câmara, acobertados pelos onze supremos, que tem a ficha corrida de todos, e podem tornar a vida da maioria deles em uma miséria com uma canetada. São em número suficiente para garantir que atos absurdos como a soltura de André do Rap em outubro do ano passado, nem mesmo arranhe suas reputações e garantir a aprovação por 364 votos da manutenção da prisão ilegal de um deputado cujo único crime foi verbalizar o que passa pela cabeça de todo homem e mulher de bem desse país.

Na última sexta-feira, 19/02/21 um dia que, (copiando Roosevelt se referindo ao ataque a Pearl Harbor) viverá para sempre na infâmia. Assistimos 364 representantes do povo em um espetáculo dantesco, colocar seus traseiros à disposição do Supremo sem nenhum pudor diante de toda nação.

Com tal ato vergonhoso, instituíram um AI 5  2.0, versão 2021 daquele dos  tempos do governo militar que tanto criticavam e criticam.

A censura à liberdade de expressão, como uma Fênix retornou gloriosamente das cinzas, legitimada na última sexta-feira por um congresso acovardado e de fraldas sujas que ofereceu em uma bandeja, a cabeça de um dos seus pares, um que ousou (de forma polida ou não) usar de sua liberdade de expressão garantida na constituição (artigo 53).

Para tanto, nós o povo, demos a essa quadrilha legitimidade nas urnas.

E a coisa não para por aí:  Eu mesmo, cidadão comum, um mero escriba, fui castigado com três dias de bloqueio na plataforma daquele moleque que sonha dominar o mundo como vilão de histórias em quadrinhos, por ter adjetivado corretamente (em minha opinião e creio que da maioria da população) um ministro do Supremo, uma deputada porcina e um professor de história, pseudo jornalista. 

Estamos vivendo debaixo das leis da rainha de Copas do reino de Alice e não se trata do País das Maravilhas, nem mesmo é privilégio de um país, o esculhambo é global.

Homens que viraram mulheres autorizados por leis criadas e aprovadas por progressistas, competem com as “de fábrica” e as vencem em todas as competições esportivas, a mentira é tolerada nas mídias e a verdade punida com ostracismo forçado dos meios, Maduro é um ditador de direita, decreta a imprensa. No melhor estilo stalinista a história vai sendo alterada, não é preciso procurar muito para encontrar livros que “provam”  que lugares como Auschwitz, Majdaneg, Treblinka , Sobibor, nunca existiram, o Holocausto não passa de uma teoria da conspiração inventada por judeus mentirosos. Movimentos radicais fascistas como o BLM  e o Antifas  se proclamam defensores da democracia, e por aqui a rainha de Copas  alucinada, sempre que contrariada, ordena: - Cortem-lhes  a cabeça, e espera que seus esbirros descerebrados, corram para atender a ordem tornada legal por “ Humpty Dumpty” que inventou o “ fragrante atemporal" (algo que nem Einstein conseguiria explicar).

Nada é por acaso, aos longo de mais de trinta anos, os onze juízes escalados para apitar nosso jogo do Brasil contra o globalismo, o foram por técnicos bandidos, ladrões e traidores.

Resta-nos manter a lucidez diante de tal circo dos horrores, saber que tudo não passa de uma representação teatral e acreditar no que um dia disse Bertold Brecht (um dramaturgo que “entendia do riscado”): “‘O que é, exatamente por ser tal como é, não vai ficar tal como está”.

Vamos atuar como eles, fazer de conta que aceitamos a loucura, fingir que está tudo certo até que, quem de direito se “encha o saco” e faça o que foi instituído para fazer.

Ou que “mamãe” chame para jantar, tire a bola dos moleques e acabe com a folia. 

É só aguardar; no final para alegria geral, “Humpty Dumpty” cai do muro e quebra a casca de maneira irreparável.

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