Vamos falar sobre legitimidade
Por H. James Kutscka
- O jogo acabou. Minha mãe está chamando para o jantar e eu
tenho de ir e levar a bola que é minha e ela não quer que eu empreste para
ninguém.
Tudo legítimo; a mãe, poder maior ditou a lei, a bola
realmente pertence ao filho e infelizmente para o resto dos amigos, o jogo
acabou. Resta-lhes ir chorar na cama que é lugar quentinho, como diria com
picardia em seus bons tempos o grande narrador esportivo Silvio Luiz.
Já no futebol profissional, quem manda na bola é o juiz,
autoridade respeitada por seu conhecimento das regras do esporte e aceita por
ambos os times em disputa como legitima.
Então, aproveitando a analogia, diante da expulsão e ordem
de prisão “em flagrante” de um deputado eleito pelo povo do Rio de Janeiro, do
jogo político que assistimos, Prós X Contras do atual governo essa semana, me
atrevo a perguntar: quem escolheu o juiz que apitou a falta?
Qual sua legitimidade?
Ele foi eleito pelo povo?
Ele tem notório conhecimento das leis para poder ser
reconhecido por todos como tal (juiz)?
Para piorar o “samba do crioulo doido” nessa partida apitam
onze juízes, às vezes em conluio, às vezes monocraticamente.
É como Kinder ovo, sempre uma surpresa! Penso que como no futebol, deveria haver uma
associação de juízes que os pudesse punir caso fizessem “caca”, mas não há, são
supremos.
A alternativa seria submeter sua decisão ao congresso que é
composto por representantes do povo e estão lá legitimados pela vontade
popular.
Mas nos damos conta que não passam de um grupo de meninos
malcriados, subservientes, que há mais de 30 anos fazem das suas impunemente
nos campos do Senado e da Câmara, acobertados pelos onze supremos, que tem a
ficha corrida de todos, e podem tornar a vida da maioria deles em uma miséria
com uma canetada. São em número suficiente para garantir que atos absurdos como
a soltura de André do Rap em outubro do ano passado, nem mesmo arranhe suas
reputações e garantir a aprovação por 364 votos da manutenção da prisão ilegal de
um deputado cujo único crime foi verbalizar o que passa pela cabeça de todo
homem e mulher de bem desse país.
Na última sexta-feira, 19/02/21 um dia que, (copiando Roosevelt
se referindo ao ataque a Pearl Harbor) viverá para sempre na infâmia. Assistimos
364 representantes do povo em um espetáculo dantesco, colocar seus traseiros à
disposição do Supremo sem nenhum pudor diante de toda nação.
Com tal ato vergonhoso, instituíram um AI 5 2.0, versão 2021 daquele dos tempos do governo militar que tanto criticavam
e criticam.
A censura à liberdade de expressão, como uma Fênix retornou
gloriosamente das cinzas, legitimada na última sexta-feira por um congresso
acovardado e de fraldas sujas que ofereceu em uma bandeja, a cabeça de um dos
seus pares, um que ousou (de forma polida ou não) usar de sua liberdade de
expressão garantida na constituição (artigo 53).
Para tanto, nós o povo, demos a essa quadrilha legitimidade
nas urnas.
E a coisa não para por aí:
Eu mesmo, cidadão comum, um mero escriba, fui castigado com três dias de
bloqueio na plataforma daquele moleque que sonha dominar o mundo como vilão de
histórias em quadrinhos, por ter adjetivado corretamente (em minha opinião e
creio que da maioria da população) um ministro do Supremo, uma deputada porcina
e um professor de história, pseudo jornalista.
Estamos vivendo debaixo das leis da rainha de Copas do
reino de Alice e não se trata do País das Maravilhas, nem mesmo é privilégio de
um país, o esculhambo é global.
Homens que viraram mulheres autorizados por leis criadas e
aprovadas por progressistas, competem com as “de fábrica” e as vencem em todas
as competições esportivas, a mentira é tolerada nas mídias e a verdade punida
com ostracismo forçado dos meios, Maduro é um ditador de direita, decreta a
imprensa. No melhor estilo stalinista a história vai sendo alterada, não é
preciso procurar muito para encontrar livros que “provam” que lugares como Auschwitz, Majdaneg,
Treblinka , Sobibor, nunca existiram, o Holocausto não passa de uma teoria da
conspiração inventada por judeus mentirosos. Movimentos radicais fascistas como
o BLM e o Antifas se proclamam defensores da democracia, e por
aqui a rainha de Copas alucinada, sempre
que contrariada, ordena: - Cortem-lhes a
cabeça, e espera que seus esbirros descerebrados, corram para atender a ordem tornada
legal por “ Humpty Dumpty” que inventou o “ fragrante atemporal" (algo que
nem Einstein conseguiria explicar).
Nada é por acaso, aos longo de mais de trinta anos, os onze
juízes escalados para apitar nosso jogo do Brasil contra o globalismo, o foram
por técnicos bandidos, ladrões e traidores.
Resta-nos manter a lucidez diante de tal circo dos
horrores, saber que tudo não passa de uma representação teatral e acreditar no
que um dia disse Bertold Brecht (um dramaturgo que “entendia do riscado”): “‘O
que é, exatamente por ser tal como é, não vai ficar tal como está”.
Vamos atuar como eles, fazer de conta que aceitamos a
loucura, fingir que está tudo certo até que, quem de direito se “encha o saco”
e faça o que foi instituído para fazer.
Ou que “mamãe” chame para jantar, tire a bola dos moleques
e acabe com a folia.
É só aguardar; no final para alegria geral, “Humpty Dumpty”
cai do muro e quebra a casca de maneira irreparável.
Nenhum comentário:
Postar um comentário